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Robin Hood - The Legend

por Andrusca ღ, em 17.03.12

Parte 3 – Preso? Mas Ele é Um Dos De Robin Hood!

 

A tarde já ia avançada. Elisabeth estava nas escadas que davam ao castelo, sentada, a apreciar a cidade. É engraçado que, depois de saber de todas as maldades do xerife, vê as pessoas com olhos diferentes. Antes via a pobreza, sim. Mas agora vê também o medo. O ter que não comer para pagar impostos. E isso magoava-a cada vez mais.

- Lady Elisabeth, devia vir para dentro – disse-lhe um guarda, de passagem. A rapariga sorriu-lhe e assentiu com a cabeça. Sim, em breve seria hora de jantar e já se sentia frio na rua.

Os portões abriram-se, e de lá ela viu vir um cavalo preto, grande, com um homem montado nele. O cabelo era loiro, algo comprido, e vestia-se todo de preto. Atrás dele, em outros cavalos, vinham vários guardas com as suas armaduras vestidas. Elisabeth abriu a boca numa exclamação ao reconhecer o homem que vinha atrás do cavalo do loiro: Alfred era puxado por uma corda, sendo forçado a correr.

- Lady Elisabeth – insistiu o guarda –, o seu pai insistiu.

- Hum… sim, claro… - afirmou ela, voltando-se de novo para o guarda. Mas, no momento em que o fez, as portas abriram-se e o xerife de Nottingham passou por elas, a andar apressadamente até ao homem do cavalo que vinha à frente.

- James! – Gritava o pai de Elisabeth – James! James! O que é isto?!

- Peço desculpas, xerife, mas os outros escaparam – Elisabeth aproximou-se a tempo de ouvir a resposta do loiro, agora conhecendo o facto de que possuía o nome “James” – Só apanhei este.

James desceu do cavalo e olhou para Elisabeth, sorrindo encantado de seguida. A beleza dela não era algo que passasse despercebido.

- Idiota! – Acusou o xerife – Três dias James! Três dias! Saíste três dias à procura do Robin Hood e o que acontece?! A minha filha é raptada por ele, e quando voltas, atrasado, trazes apenas um fora de lei! Incompetente!

- De novo, peço desculpas – disse o rapaz –, mas pelo que vejo a sua filha encontra-se bem. Elisabeth, não é?

- É – respondeu a rapariga – Prazer em conhecê-lo.

James agarrou na mão dela e inclinou-se, beijando-a.

- O prazer é todo meu – assegurou, sorrindo-lhe. Quem o visse calmo e encantador nunca adivinharia a quantidade de vidas que já tinha roubado, os banhos de sangue que já tinha criado.

Os olhos da filha do xerife voaram até Alfred, que a mirava também, mas depressa teve que os forçar a olhar de novo para James.

- Quem és? – Perguntou ela.

- É o meu braço direito! – Respondeu-lhe o pai, dirigindo-se para dentro do castelo – O meu idiota braço direito! Ponham o prisioneiro nos calabouços! Venham comer! Já são horas!

Depressa ficou fora de vista, e James suspirou.

- Exigente – comentou Elisabeth, com um certo tom de ironia. James riu e depois voltou-se para os guardas que o acompanhavam, dando ordem para porem Alfred nos calabouços. Seguiram então os dois para dentro do castelo, onde jantaram.

A primeira impressão que a rapariga teve de James foi boa, afinal, fora do campo de batalha ou da sua tarefa de receber impostos, até era um ser humano admissível.

Depois de comerem, Elisabeth dirigiu-se ao seu quarto, e entrou sozinha fechando a porta. Sentia-se esgotada. Hoje tinha sido o seu primeiro dia calmo desde que chegara a Inglaterra, e no entanto aquele em que mais cansaço sentia. Aliena encontrava-se na cozinha, e ela não viu motivos para a incomodar. Sabia despir-se sozinha, tinha mãozinhas. Despiu o vestido, ficando apenas com outro mais fino, que ficava por baixo, branco e com um decote bastante mais generoso, mais ou menos até aos tornozelos. Foi até ao espelho e prendeu o cabelo num rabo-de-cavalo, porém viu uma sombra a mexer-se atrás de si, perto ao cortinado, e voltou-se repentinamente com um grito a formar-se na sua garganta.

- Não grites! – Foi-lhe dito, a tempo de lhe evitar o berro. O coração da rapariga estava a bater demasiado depressa, e aquela voz não ajudou. Apressou-se a acender mais duas velas, iluminando melhor o quarto.

- O que estás aqui a fazer? Sai do meu quarto! – Gritou-lhe.

- Shh, fala baixo.

Elisabeth revirou os olhos.

- O que queres? Estava prestes a despir-me…. irias… ter-me-ias deixado? Ficarias aí só a ver, sem dizer nada?! – Ela estava indignada, mas no rosto da visita inesperada estava um sorriso de gozo.

- Teria sido um fim generoso para o meu dia – disse.

- Eu juro que se não saíres daqui agora mesmo grito! Vou contar até três. Um… dois…

- Não… - uma mão tapou a sua boca e Elisabeth olhou directamente nos olhos do rapaz, chateada.

- Sai de perto de mim – mandou, afastando-se ela dele – Robin Hood, o que queres?

Robin suspirou.

- Apanharam o Alfred.

- Estou consciente disso. Vi-o. Isso não responde à minha pergunta.

- Suspeito que planeiem enforcá-lo de manhã, mas a segurança será mais apertada por isso será mais difícil de entrar.

- Vais continuar a dizer coisas que não quero saber, ou vais responder ao que perguntei?

Robin abanou a cabeça e agarrou-a pelos ombros, deixando-os demasiado próximos.

- Disseste-me que não és como o teu pai. Preciso da tua ajuda.

Elisabeth riu.

- Não podes estar a falar a sério. Sim, não sou como o meu pai…

- Prova-me!

- Mas também não sou tua aliada! Se me lembro, nunca disse que acreditava que eras bom…

- Disseste estar confusa.

- Nada mudou então. Não te vou ajudar, se significar que me vou arrepender mais tarde.

- Ele é um dos meus homens! – Robin abanou-a, mas ela lançou-lhe um olhar que o fez parar e largá-la – Por favor, Beth.

- É Elisabeth.

- Beth é mais giro.

- Elisabeth – disse ela, com a voz firme.

- Por favor, Elisabeth – pediu ele – Tudo o que preciso é de ti é que me deixes ficar aqui esta noite.

- Ficar aqui? E onde dormirias?

- Ora, na cama claro – ele fingiu-se de ofendido, mas ao ver a reacção a rapariga riu-se – Não planeio dormir, planeio descobrir uma maneira de ajudar o meu amigo. Posso-me sentar no chão toda a noite.

Elisabeth respirou fundo, abanando a cabeça. Ela não gostava da ideia, não gostava mesmo nada, e o seu cérebro gritava-lhe que não deixasse. Que gritasse, alertasse os guardas, qualquer coisa. Mas por outro lado, não conseguia. Outra parte de si sentia que o devia fazer.

- Se o meu pai descobre…

- Não descobre – prometeu Robin – Ajuda-me a ajudar o meu amigo.

A rapariga olhou em volta e, de novo, respirou fundo. “Vou-me arrepender disto”, pensou ela.

- Não sejas apanhado – ordenou, fazendo-o assim sorrir ao dar-lhe a permissão que precisava.

- Obrigado! – Robin agarrou-a ao colo e rodou com ela, dando-lhe um beijo na bochecha para seu choque, indo depois à janela à qual assobiou três vezes. Uma flecha foi lançada, com uma corda agarrada e, antes de perceber o que se passava, Elisabeth viu o seu quarto ser invadido por mais dois rapazes. Percy e Robert sorriam-lhe agora.

- Não disseste nada em transformar o meu quarto num acampamento! Oh, o meu pai vai-nos mandar enforcar a todos… - murmurou ela – Já me estou a arrepender disto.

 

Eu sei que tinha dito que não ia postar nada este fim de semana porque não ia estar em casa, mas consegui vir cá um bocadinho.

Esperem que tenham gostado, e não se esqueçam de comentar.

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