Sob o Luar
Capítulo 11 – Regresso a Casa
- Já arrumaste tudo? – Perguntou Carry, obtendo a atenção da amiga. Amanda negou com a cabeça.
- Ainda não, mas já falta pouco – disse, enquanto dobrava umas roupas para pôr dentro da mala.
O último dia do acampamento tinha finalmente chegado, e a rapariga estava aliviada. Tinha sobrevivido sem vacilar à frente de ninguém, tinha conseguido suprimir as lágrimas de cada vez que o via e tinha sido capaz de não partir a cara a Daisy, mostrando-se como sendo superior. Claro que as feridas não tinham sarado, não estavam nem perto disso, mas o plano de Amanda era regressar a casa e proteger-se. Proteger-se para que mais ninguém a pudesse magoar daquela maneira.
Quando acabou de guardar os seus pertences, Toby ajudou-a a desmanchar a tenda e a guardar as coisas no seu carro. Ele ia levá-la, juntamente com Carry, no seu carro.
- Estão prontas, meninas? – Perguntou, com um sorriso nos lábios.
As duas assentiram que sim e começaram a despedir-se de toda a gente e a desejar boas férias. Entre beijos e abraços Amanda viu-se frente a frente com quem mais queria evitar. Dean olhava-a com um ar curioso, perguntava-se se Amanda lhe falaria, se seria capaz de se despedir dele. Ainda não tinham falado desde aquela noite em que ele se embebedara, e o rapaz não tinha a certeza se iria gostar de ouvir o que ela tinha para dizer.
- Eu…
- Faz uma boa viagem – cortou-lhe ela a palavra, falando de um modo frio e distante, sem sequer mostrar um pequeno sorriso, voltando-se depois para o colega que se seguia.
Puseram-se todos nos respectivos carros e a viagem para casa começou. Amanda ia no banco de trás, ao lado de algumas malas que já não tinham cabido no porta-bagagens, enquanto Toby guiava e Carry ia ao seu lado. Ia ser uma viagem longa, pelo menos quando comparada à do caminho para o acampamento, em que ainda estava tudo bem e ela tinha passado o tempo todo a brincar e a divertir-se com Dean.
Pararam a meio do caminho para esticar as pernas e comer qualquer coisa, numa estação de serviço, e Amanda optou por ficar encostada ao carro enquanto os amigos iam buscar a comida. O dia não estava muito quente, havia uma aragem agradável. Ao longe começou a ver Daisy e depressa ficou de mau humor. Também mais alguns dos colegas dela tinham parado para comer. Se já não gostava de Daisy antes, então agora detestava-a. E, para piorar tudo, Dean estava ao seu lado e a rapariga irritante não parava de se meter com ele. Amanda conseguia ver o antigo namorado a esgueirar-se das mãos dela e a discutir para que ela estivesse quieta, mas mesmo assim não conseguia esquecer o que tinha acontecido. Talvez não estivesse mesmo chateada com ele, talvez estivesse chateada consigo própria por se ter deixado pôr numa posição susceptível a ser facilmente magoada. Chateada por ser tão “boa pessoa” e “fraca”, por não conseguir ser forte ao ponto de não deixar que ninguém a magoasse. Pois bem, agora decidira que era assim que iria ser, nem que para isso não tivesse qualquer tipo de sentimentos.
Dean fartou-se de Daisy e decidiu ir até à casa de banho, passando à frente de Amanda pelo caminho. Dirigiu-lhe um olhar, ao qual a rapariga abanou a cabeça e revirou os olhos.
Depois de terem ficado quase quinze minutos parados, decidiram todos voltar à viagem. Já faltava pouco.
☾
A jovem abriu a porta e deu graças a Deus por já ter finalmente chegado a casa.
- Mãe? Pai? – Nada, ninguém lhe respondia.
Carregou as malas pelas escadas e colocou-as no seu quarto, deixando-se cair em cima da cama de barriga para cima. Esteve imóvel durante algum tempo, até ouvir movimento no quarto do irmão. Levantou-se e foi até lá e, ao abrir a porta, viu-o sentado ao computador com os fones nos ouvidos.
- Jim – chamou ela, não obtendo qualquer resposta. Revirou os olhos e tocou no ombro de Jim, captando-lhe a atenção. O rapaz voltou-se para trás e sorriu ao ver a irmã e, depois de tirar os fones dos ouvidos, levantou-se e deu-lhe um abraço bem apertado.
- Voltaste! – Exclamou, animado – Então, como é que foi o acampamento? Conta-me tudo.
Amanda engoliu em seco e arrastou-se até à cama de Jim, na qual se sentou, puxando-o consigo. Começou a contar tudo, aos poucos e poucos, desde o momento em que chegara ao parque de campismo. Quando terminou o seu relato o irmão não sabia o que dizer.
- E é definitivo? – Acabou ele por perguntar, referindo-se à separação da irmã com Dean. Amanda assentiu com a cabeça e o irmão abraçou-a de forma carinhosa – Lamento.
☾
- Então e agora? – Perguntou Darryl, que se levantou do sofá de uma forma rápida e não parava de andar de um lado para o outro da sala.
O irmão, que lhe tinha acabado de contar tudo o que tinha acontecido no acampamento, encolheu os ombros, cabisbaixo. Darryl continuava a andar, e Dean seguia-o com os olhos.
- Devias ter visto a cara dela – continuou Dean –, nunca a vi tão desapontada. E o pior é que… eu nem sequer fiz nada, ela não me perdoa e eu não fiz nada. Não sei o que fazer, Darryl, ela nem olha para mim directamente.
Darryl suspirou e voltou a sentar-se no sofá, ao lado do irmão.
- Acho que tens que lhe dar tempo… mas não a deixes esquecer que a amas. Talvez ela mude de ideias.
Está fraquinho, sorry :s
Não se esqueçam dos comentários u.u