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O Deus Caído

por Andrusca ღ, em 06.10.12

Este é mini porque é mesmo só os "finalmentes"

 

Sétima Parte

 

Depois da declaração de Kamikamikan aos Suptakianos, que dizia que Gnaux tinha sido exilado, os ânimos em Suptka acalmaram. Os traidores foram rapidamente capturados e seriam sentenciados muito em breve. O povo estava alegre por ter de novo o seu bom Deus a reinar, e por Kröll ter regressado. Havia apenas uma ponta solta. Uma certa humana que não pertencia àquele planeta.

Natalie esteve sempre lado a lado com os Deuses, e fora declarada como a grande heroína que conseguiu apoderar-se da Espada Dourada e devolver o lugar de poder de Kamikamikan. Porém, essa mesma espada teria que retornar ao seu sítio.

Kröll e o seu pai acompanharam a mulher até àquela sala oval e ela respirou fundo ao ver o pedestal da espada à sua frente. Voltou a cravar a espada na pedra e esta voltou a ficar iluminada com o seu tom característico. Kamikamikan respirou de alívio, e Kröll olhou para a amada com um breve sorriso nos lábios.

- Lamento – pronunciou o Deus dos Deuses – Está na altura de voltares para o teu planeta. Como é o teu nome?

- Chamo-me Natalie.

- Sou o Kamikamikan, o Deus e imperador de Suptka. Diz-me, como conseguiste cá chegar? Vieste com o meu filho?

Natalie abanou a cabeça e levou a mão ao bolso das calças, de onde tirou a Pedra Lunar.

- O Gnaux mandou o Zohrtha para me destruir. Usei a Pedra dele para retornar, mas quando a magia já fazia o efeito em mim deixei-a com a Natalie – explicou Kröll – Deixei-a contigo, Nat, na esperança que um dia viesses ter comigo se eu não conseguisse chegar até ti.

Ela sorriu e ele deu dois passos na sua direcção, tomando-a nos seus braços e abraçando-a fortemente. Natalie respirou fundo, sentia-se aliviada por ali estar, junto a ele, com todos a salvo, apesar de saber que provavelmente teria que regressar para a Terra.

- O que fizeste… - falou Kamikamikan, fazendo com que eles se separassem – foi deveras corajoso. Por tudo o que fizeste por Suptka, e pelo meu filho, estar-te-ei sempre grato. Mas infelizmente não podes ficar, Natalie da Terra. Suptka não é o teu lar.

Por momentos houve um pequeno silêncio, até que Alith, esposa do Deus Imperador, chegou e se colocou ao lado do marido.

- Pai… - murmurou Kröll – Então e se…?

- Não – ele não deixou que o filho acabasse a pergunta – Ela é humana, Kröll, mortal.

- Não se casar comigo. Ao casar-se com um Deus, torna-se numa Deusa – o coração de Natalie falhou duas batidas ao ouvir aquela declaração, e os seus olhos arregalaram-se ao ver o amado a virar-se agora para si – Casas comigo?

- Bem… isto… é tudo tão súbito, mal nos conhecemos e… - começou a dizer baboseiras, apesar de não sentir nada daquilo.

- Nat, não terias vindo se não planeasses ficar. Por isso fica, sê a minha rainha, minha Deusa – pediu ele.

Ela olhou directamente naqueles olhos azuis e teve a certeza do que queria. Queria-o a ele, fosse na Terra, em Suptka, ou em Marte.

- Tens razão – proferiu – Eu caso contigo.

Os preparativos para o casamento foram logo todos tratados, e ao pôr-do-sol do dia seguinte uma nova Deusa foi criada através da junção por matrimónio. A cerimónia foi tal como as leis Suptakianas o exigiam. A noiva ia descalça e de vestido vermelho, de cabelo solto enfeitado por flores e com jóias douradas; o noivo levava apenas o género de uma túnica branca e umas calças negras por baixo, estando ele também descalço; a festa realizou-se na sala de festas do Solar Divino, sendo testemunhada por muitos Suptakianos, e os votos foram trocados num clima amoroso e cúmplice. Após ambas as partes terem declarado aceitar a outra, as suas mãos foram atadas por uma fita de cetim dourado, que simbolizava a união, e que apenas poderia ser retirada na manhã seguinte, após os Deuses terem passado a primeira noite marital.   

O dia já tinha caído quando Kröll acordou. Estava sozinho naquela cama redonda e gigante. Ao olhar em volta, viu que a porta para a varanda estava aberta. Levantou-se e enrolou o lençol à cintura, para ir depois à procura da sua Deusa. Natalie estava apenas vestida com um roupão dourado, com o tecido ligeiramente transparente, e encontrava-se inclinada sobre o varandim a apreciar a imensidade daquele reino. Ele aproximou-se por trás e enrolou-lhe as mãos pela cintura, dando-lhe um beijo carinhoso no ombro descoberto. Nos lábios dela um sorriso genuíno formou-se.

- Ainda não acredito nisto – murmurou – Parece um sonho maravilhoso do qual vou acordar em breve.

Kröll abanou a cabeça.

- Não – garantiu, voltando-a para si – Não é nenhum sonho. É a realidade. Para sempre.

E esta é a história de como Suptka ficou livre da tirania de um Deus demasiado ganancioso e maldoso; de como um outro percebeu que há mais na vida do que lutas e guerras e força; e como uma mulher simples e vulgar deixou tudo para trás para se tornar num ser superior.

Suptka permaneceu em paz durante o resto do reinado de Kamikamikan e, após o falecimento deste, Kröll prometeu fazer tudo de acordo com o que o pai quereria. Sempre com a sua Deusa da Terra ao seu lado, conseguiu tornar-se num dos Deuses mais importantes de toda a história de Suptka, sendo que ainda hoje, milhares de anos depois, os Suptakianos ainda contam histórias aos filhos de como um herói foi exilado na Terra e regressou de lá um homem justo acompanhado por um anjo. 

  

 

Fim

 

 

E então, que acharam da história?

Comentem, por amor de deus xD

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