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O Amor na Porta à Frente

por Andrusca ღ, em 08.12.12

Mil desculpas, foram os testes/trabalhos que endrominaram isto tudo o.o

Espero que gostem e não se esqueçam de comentar :b


Capítulo 23

Dra. Tucker

 

Evelyn abriu os olhos e voltou-se na cama, vendo-se de frente para o amor da sua vida. Sorriu e desviou-lhe o cabelo da frente dos olhos, fazendo-o roncar um pouco, baixinho.

- Acorda dorminhoco – disse-lhe, suavemente. Doug voltou a roncar e ela riu-se – Amor, tenho que ir para a clínica.

Ele parecia não acordar, e se ela lá ficasse mais tempo chegaria atrasada. Suspirou e, quando se ia a levantar, dois braços agarraram-na e puxaram-na para trás.

- Não vás já – implorou um Doug cheio de sono com uma voz ainda ligeiramente rouca – Ainda é cedo.

Evelyn olhou para ele e deu-lhe um pequeno beijo nos lábios.

- Já são quase onze horas, tenho que ir trabalhar. Queres vir tomar o pequeno-almoço?

Ele resmungou mais um pouco, mas assim que ela se levantou foi logo atrás para a cozinha. Tirou duas tijelas, ela tirou o leite do frigorífico e os cereais do armário, pousaram tudo na mesa e começaram a misturar e a comer.

Três semanas tinham passado desde que tinham admitido terem sentimentos um pelo outro e, durante essas três semanas, ambos agiam como se estivessem no céu e nada os pudesse fazer voltar à terra. Evelyn tinha apenas uma camisa dele vestida, como já era habitual de cada vez que passava a noite no apartamento em frente ao seu, e Doug encontrava-se apenas com as calças do pijama.

- É verdade, acho que os meus pais vêm cá – comentou ele, casualmente, depois de levar uma colherada de cereais à boca.

- A sério? Quando?

- No fim-de-semana. Nunca vieram a NY e disseram que queriam conhecer isto…

- Hum… será que essa súbita vontade de conhecer Nova Iorque não se deve ao facto de lhes teres contado sobre nós?

Doug riu-se.

- Acho que querem vir conferir – confidenciou, fazendo-a rir também.

Ela levantou-se, colocou a tijela na máquina de lavar e despediu-se dele com um demorado beijo. Foi para a sua casa e lá mudou de roupa para se apressar a chegar ao trabalho.

Chegou à clínica radiante como sempre chegava ultimamente, e Phil riu-se como já era habitual.

- O paraíso continua perfeito? – Perguntou.

- Melhor que nunca.

Foi para o gabinete e vestiu a bata branca por cima da roupa. Os pacientes foram chegando, e durante as pausas ia conversando com os colegas. Mal podia contar as horas para voltar para casa e ver Doug.

Estava a almoçar, na sala de convívio dos médicos, quando o telemóvel lhe começar a tocar. Largou a fatia de pizza que comia e procurou freneticamente por ele dentro da mala, franzindo as sobrancelhas depois ao ver quem lhe telefonava.

- Mãe? – Atendeu, preocupada – Aconteceu alguma coisa?

- “Evelyn, que saudades!” – Exclamou a Dra. Tucker sénior, com uma falsa felicidade – “Como estão as coisas por aí?”

- Estão… bem. Então e aí? Como está a Alemanha… e o hospital?

- “Ah, está tudo sehr gut!”

- Óptimo – aquele telefonema era bastante estranho, Christina Tucker nunca telefonava à filha apenas para colocar a conversa em dia – Mãe… o que é que se passa?

- “O que queres dizer com isso? Uma mãe já não pode telefonar à filha sem segundas intenções?”

- Nunca foi o teu forte. Desembucha.

- “Só para que saibas, tenho alguns dias de férias. Vou apanhar um voo para Nova Iorque na sexta-feira, já está tudo tratado”.

- A sério? Mas nunca vens cá passar férias.

Por momentos Evelyn ficou contente, apesar de tudo tinha saudades da mãe e sabia que seria bom vê-la.

- “Claro querida. Além disso, quero conhecer esse teu novo namorado de que a Jennie me falou” – Evelyn engoliu em seco e permaneceu calada com o coração a palpitar – “Querida, estás aí?”

- S… sim. Isso é fantástico.

- “Porque é que não me disseste que acabaste as coisas com o Grayson para ficares com um músico?”

Então toda a felicidade que Evelyn poderia ter sentido terminou. Christina não a ia visitar por ter saudades suas, ia para lhe mostrar o quão desagradada estava consigo.

- Bem, mãe, vamos ter tempo de sobra para falar. Agora tenho coisas para fazer.

- “Claro, nós médicas andamos sempre atarefadas. Vemo-nos em breve”.

Ao desligar Evelyn respirou fundo e sentou-se no sofá, já sem vontade de continuar a pizza. O seu diabo pessoal tinha decidido tirar algum tempo para a obrigar a descer do céu. Agora que as coisas estavam a correr tão bem é que ela se tinha lembrado de vir intervir na vida da filha. Parecia uma piada sem graça.

- Evie, está tudo bem? – Perguntou-lhe Porter, ao ver o seu estado.

- Nem de perto.

 

 

- Vá lá, ela não pode ser assim tão má.

Doug e Evelyn estavam ambos no sofá da sala da médica. Doug estava sentado, e Evelyn deitada com a cabeça no seu colo e com uma taça de uvas em cima da barriga. Ela tinha-lhe acabado de contar sobre o telefonema da mãe e de lhe fazer um pequeno relatório sobre o que esperar da famosa Dra. Tucker.

- É pior que isso. Ela não é amável e atenciosa e simpática como os teus pais – continuou Evelyn – Ela é tipo… a ajudante de Satanás.

- Não acredito. Ela criou-te, por isso…

- Oh, por favor, eu criei-me a mim própria. A Christina Tucker é uma médica excelente… mas é uma pessoa horrível. É egoísta, e calculista… Ela nunca vai concordar com isto e sei que vai passar o tempo inteiro e dizer ofensas disfarçadas e piadas maldosas. Sabes, de todas as coisas que fiz apenas uma teve a sua aprovação: namorar com o Grayson. E agora que isso acabou…

- Achas que ela te vai tratar de modo diferente – concluiu ele.

- Não, não é comigo que estou preocupada – Evelyn encolheu os ombros e deu-lhe a taça de uvas para as mãos, para em seguida se levantar e se colocar de joelhos ao seu lado – Eu já estou habituada à maneira de ser dela. Só queria que ela gostasse de ti… e sei que isso não vai acontecer.

- Tu também não gostavas, e isso mudou.

- É diferente.

- Isto não vai mudar absolutamente nada entre nós – garantiu o músico, que pegou numa uva e deu-a directamente à boca da namorada – Corra como correr, vai tudo dar certo, boneca.

Ela revirou os olhos e deu-lhe uma pequena pancada no ombro, na brincadeira.

- Não me chames “boneca”, não gosto mesmo nada disso.

- Posso-te chamar “amor”, então?

- Sim, podes-me chamar “amor”, amor.

Ele sorriu-lhe, pousou a taça no chão e fê-la deitar-se no sofá para se colocar por cima dela.

- Combinado, mas nos próximos minutos não te vou chamar nada, amor – disse-lhe, antes de começar a cobrir todo o seu corpo com beijos e carícias.

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