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DDO: Primeira Chamada

por Andrusca ღ, em 25.03.13

Já cheguei da viagem, foi super giro, agora os comentários é que devem também ter ido de férias não é?

Deixo-vos um capítulo mini


Capítulo 6

A Força de Querer * Parte 2

 

- Cá estás tu! – Ouviu ela, do seu lado direito. Virou a cabeça e viu um sorriso nos lábios da rapariga dos piercings e do cabelo rebelde – Estava a ver que nunca mais chegava. Ainda me perdia.

Chelsea sorriu, e levantou-se da pedra.

- Desculpa, tinha-me esquecido que ainda não tinhas vindo cá – lamentou-se ela, mordendo a língua. Um dos poucos vícios que tinha.

- Não faz mal. Afinal o que me querias dizer?

- Tive o sonho mais estranho de sempre, e depois quando acordei caiu-me um livro em cima, o mesmo livro com o qual tinha sonhado, e aqui está – Chelsea agarrou no livro, que estava ao seu lado em cima da pedra, e passou-o para as mãos de Cassie.

- “A Defensora – Lenda” – leu a rapariga dos piercings.

- Comecei a lê-lo em Filosofia hoje – Cassie mandou-lhe um olhar de reprovação, e ela revirou os olhos e continuou – Parece que a antiga Defensora era muito mais poderosa do que eu pensava. Aparentemente ela conseguia mover coisas com a mente…

- O que tu fizeste, lembras-te? Na noite em que me salvaste?

- Sim, eu sei, mas não sei como o fiz. Aparentemente ela também se conseguia levitar, era como se voasse, o que acho que se tentar talvez consiga. Mas ao contrário do que o Will disse, no meu sonho, ela disse-me que o poder não vem do pingente. Ela disse que vem de mim. De dentro de mim. Do meu coração. Ela disse “somos apenas tão fortes quanto os nossos corações puros”.

- Como assim “ela disse”? Tu falaste com a antiga Defensora? – Cassie estava a ficar confusa.

- Sim… não… não sei, no meu sonho – e Chelsea também ainda não estava totalmente esclarecida.

- Achas que o Will te mentiu?

- Acho que ele não sabia.

- E como é que pretendes levitar, pode-se saber?

Chelsea fechou os olhos e respirou fundo. A Defensora dissera-lhe que o poder vinha de dentro, que ela tinha que querer, que desejar mais que tudo. “Quero levitar”, pensou a rapariga dos caracóis ruivos, repetidamente. Mas não se sentia diferente, não sentia nada a acontecer. “Talvez esteja a fazer isto mal”, pensou ela. Cassie observava-a com uma cara confusa, como se a amiga de uma louca se tratasse. Chelsea bufou e abriu os olhos, frustrada.

- Porque é que não consigo?! Afinal sou a Defensora, isto devia ser como respirar! – Reclamou ela. Cassie pensou bem antes de responder, quando na verdade não precisava. Conheciam-se há pouco mas Cassie já tinha percebido uma ou duas coisas sobre a Guerreira Defensora, e uma delas era que ela tinha bom coração, mas que nem sempre o sabia usar.

- Acho… acho que é por não o quereres fazer pelos motivos certos – Chelsea olhou para ela e semicerrou os olhos – Chelsea acho que estás em conflito contigo própria, e enquanto não resolveres as coisas na tua cabeça… enquanto não decidires as tuas prioridades, não vais conseguir usar os poderes que tens. Eles não servem para provares que não és uma falhada, servem para ajudar as pessoas. O que é uma coisa que acho que queres fazer, mas tens demasiado medo. Tu não és uma má pessoa, e concordo com a história do “coração puro”, porque é como te vejo. Mas precisas de parar de lutar contra quem és.

Chelsea engoliu em seco. Não era uma mentira. Ela estava a lutar contra quem era e sabia-o bem. Apenas se queria provar capaz de algo.

As duas raparigas saíram do bosque e enquanto Cassie foi para a casa de uma amiga, Chelsea foi pôr o livro em casa e depois saiu para um passeio. Em vários postes da luz encontrava posters a convocar a Defensora para ir à Praça Pública, ter com o xerife e toda a gente que lá aparecesse. Faltava pouco tempo, já eram quase cinco horas, as horas marcadas para o encontro.

“Ele está louco”, pensou ela, enquanto pontapeava uma pequena pedra, “Como é que pode pensar que eu sou má?”.

Andou por algum tempo sem rumo, até que a curiosidade foi maior e se atreveu a ir até ao Largo da Câmara, ver quantas pessoas esperavam pela Defensora do Oculto. E surpreendeu-se ao ver tantas. A maior parte não conhecia, mas entre elas podia ver alguns dos seus colegas de escola, tal como Helen e Tony, e Will mais ao longe. Todos esperavam expectantes. O seu pai, o xerife Burke, estava em cima de um palco que era usado nas festas de Diamond City, tal como vários agentes da polícia, que esperavam impacientemente.

Will notou nela, e olhou-a com incerteza. Ele não sabia o que lhe passava pela cabeça, não a compreendia, e isso assustava-o. Mas sabia que ela era demasiado medricas para se assumir uma heroína em frente a toda a cidade.

- Isto é uma treta – murmurou Chelsea. “Também não estou aqui a fazer nada, ela não vai aparecer”, adicionou mentalmente.

Deu meia volta e começou a voltar para trás. Mais logo teria que ouvir o seu pai a reclamar sobre o fracasso que toda aquela iniciativa tinha sido.

Enquanto se vinha embora, viu também o seu irmão Richard acompanhado de PJ, junto de outros colegas deles.

Decidiu ir dar uma volta pelo parque. Estava quase deserto, pudera, toda a gente tinha sido atraída para o Largo da Câmara pela ideia do xerife. Quando se estava prestes a sentar, ouviu um grito ao longe e paralisou por completo. Tinha um mau pressentimento e o seu coração começou a bater mais depressa. Olhou em volta e, por detrás de uns arbustos afastados, conseguiu detectar algum movimento, e um raio saiu de lá em direcção a uma árvore. Por um lado queria ajudar, mas por outro não se queria transformar, não queria ser a Defensora do Oculto com todas aquelas responsabilidades.

- Socorro! – Ouviu-se pelo parque. Mas não havia mais ninguém para socorrer além dela.

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