Déjà Vu Sobrenatural
Capítulo 31
Mortalmente viva
- Sentes-te bem? – Perguntou-me Bryan. – Pareces um bocado…
- Gelada. Estou cheia de frio. – Respondi, enroscando-me cada vez com mais força nos braços de Jason.
- Ei, calma, queres outro casaco? – Perguntou Jason, enquanto me enrolava nos seus braços.
- Não acho que caiba… Atchin! – Arrepiei-me.
Estávamos à porta dos registos de Carson City, a capital de Nevada e estavam, aproximadamente três graus negativos e a nevar. Eu estava habituada ao calor, a andar de calções e camisas finas e agora, estou a usar umas calças beges, com umas collants por baixo e uma blusa de lã, castanha e rosa claro, com um cachecol também castanho e umas luvas. Tinha ainda um casaco com pêlo por dentro e o de Jason pelas costas. Calcei umas botas rasas, castanhas claras e deixei o cabelo completamente solto, com caracóis, para ver se me tapava melhor as orelhas, por causa do frio, mas como não resultou, pus um gorro também castanho.
Deu-me outro calafrio.
- Como é que vamos entrar? – Perguntei, ainda a tremer.
Para que conste, eu sou uma rapariga de calor, tudo o que é frio e molhado não é comigo.
- Não sei. – Respondeu Jason, apertando-me mais. – Aqui passam bastantes pessoas e não podemos ser vistos, senão corremos o risco do demónio ver também…
- Precisamos de qualquer coisa que os faça distrair-se. Qualquer coisa para chamar a atenção… - Pensou Bryan, em voz alta.
- Precisamos de uma cena… - Sussurrei.
Passou uma rapariga morena, muito esbelta, que sem querer esbarrou em Jason, e em seguida seguiu o seu caminho.
Olhei para as pessoas em volta. Se era uma cena que precisávamos, era uma cena que íamos ter.
- Tu acabaste de olhar para o rabo dela?! – Perguntei, com uma voz zangada e alta, para Jason.
- O quê? Claro que não. – Ele parecia atrapalhado.
- Não me mintas Jason, eu vi-te! Não acredito que me fizeste isto! Como é que pudeste?! – Eu agia o mais ofendida possível e Jason continuava completamente à nora, tal como Bryan, que me olhava como se eu fosse uma maluca.
Olhei em volta, as pessoas tinham parado e olhado para mim, por causa dos meus gritos.
- Mel… estás a fazer uma cena… - Disse Jason, tentando acalmar-me.
- Podes apostar que estou! A sério Jason?! O rabo daquela?! Já viste os das outras também?! Oh meu deus, quantas vezes é que olhas para outras raparigas?!
Ele pôs-me as mãos nos ombros.
- Acalma-te Mel, as pessoas não param de olhar…
Bryan já não estava lá, mas Jason ainda não tinha percebido nada de nada. Mas eu agora tinha que continuar a inventar até Bryan voltar, para que não fosse visto. Por sorte, aproximou-se uma mulher de nós.
- Há algum problema? – Perguntou.
Forcei uma lágrima e depois mandei os braços para o ar, deixando-os cair depois, desesperadamente.
- O meu namorado acha que eu estou gorda! – Exclamei, enquanto a lágrima que caía.
- O quê?! Não Mel… tu estás perfeita… - Jason tentava-se justificar a todo o custo. – Tu és perfeita, eu adoro-te.
- Seu imbecil! – Chamou-lhe a mulher, que estava agora abraçada a mim.
- Ele diz que eu como demais e depois fico obesa! – Choraminguei. – Como uma vez em que estávamos numa cidade e ele me começou a chamar nomes do nada!
Uma vez Jason tinha começado com isto que eu estou a fazer, para que Bryan se pudesse infiltrar, a diferença é que eu percebi à primeira, ele não, por isso, talvez com esta dica fosse lá. E foi. Os seus olhos acalmaram-se.
- Melanie… isso foi diferente, já estavas no teu quinto cachorro quente…
- E tens que me chamar gorda por isso?!
As pessoas assistiam, umas a rir, outras mais sérias, mas todas assistiam, na expectativa do que ia acontecer a seguir.
- Sim, ok?! Tu és impossível! Gorda, feia e estúpida!
Vi Bryan a sair e a meter-se no carro. Aproximei-me de Jason e olhei-o nos olhos. Num movimento rápido dei-lhe uma chapada.
- Nunca mais te quero ver! – Gritei, dando meia volta.
Contornei o prédio e entrei no carro. Segundos depois entrou Jason, que se virou para trás, para o banco do condutor, onde eu estava.
- Podias ter dado a chapada com menos força…
- Desculpa. – Inclinei-me e beijei-o. – Já estava a ver que não percebias nada.
- Pregaste-me um susto…
- Vocês deviam era ganhar um Óscar. – Proclamou Bryan, ainda a rir do espectáculo que tínhamos dado.
Quando (finalmente) chegámos ao hotel, que eram pequenas vivendas, entrei e pus-me em frente à lareira, que tinha ficado acesa para aquecer a casa.
Jason e Bryan sentaram-se no sofá minutos depois e estivemos até tarde a ver televisão.
Quando finalmente me fui deitar já deviam ser quase três da manhã. Deitei-me e adormeci instantaneamente.
Quando acordei Jason e Bryan já tinham saído, e, em cima da almofada de Jason estava um papel. Desdobrei-o.
«Não te zangues, fomos à caça do demónio. Sei que deves estar a pensar nos piores nomes para nos chamares mas não te estávamos a tentar proteger, porque já percebemos que não queres isso. Estávamos apenas a deixar-te descansar. Até já, beijos, Jason.»
Ele tinha razão, eu estava mesmo a pensar nos nomes que lhes ia chamar quando voltassem.
Tomei o pequeno-almoço e vesti umas calças de ganga, uma blusa azul-turquesa de lã com duas mais finas por baixo e calcei umas botas pretas por cima das calças. Deixei o cabelo solto, como ontem.
Ia para a sala pôr-me em frente à lareira quando ouvi um ruído vindo da cozinha.
Agarrei no meu punhal e comecei, lentamente, a percorrer aquela lindíssima e gelada casa de pedra, até chegar à cozinha.
Não vi nada e, quando me ia a virar para voltar para a sala, senti uma pancada na cabeça e de repente tudo escureceu.
- Mel, consegues ouvir-me? – Perguntou Jason, enquanto me tocava na mão.
Abri os olhos, lentamente.
- Eishh, que dor. – Resmunguei, levando a outra mão à cabeça. – Consigo. – Respondi.
Observei onde estava. Estava numa cama de hospital, ligada a montes de fios e deitada de barriga para cima. Haviam várias máquinas a registar os meus batimentos, mas deviam estar um bocado avariadas, porque como eu me sentia, não era de todo, o que elas registavam.
- Eu não sei se me consegues ouvir mas… nós apanhámos o demónio. – Caiu-lhe uma lágrima, apesar de eu não perceber porquê. Eu estava bem. – E vamos apanhar quem te fez isto.
- Jason, o que é que se está a passar? – Sentei-me na cama, encostada à cabeceira, mas ele continuava a olhar para baixo, para onde a minha cabeça assenta quando estou deitada.
Olhei para lá também e gritei de susto, e dei um pulo quando vi que estava sentada… no meu corpo.
O que é que se está a passar? Sou algum tipo de fantasma? Não me basta ser uma bruxa, ter sido sereia, encolhida… e agora sou um fantasma?!
Senti um calafrio percorrer-me todinha, quando tive o único pensamento possível e lógico naquela hora. Eu estava morta. Eu estou morta. Mas isso não pode ser, eu não posso estar morta, não posso morrer, não agora, não ainda.
Levantei-me e comecei a andar de um lado para o outro do quarto. Jason e Bryan, que estava também sentado numa cadeira, mas mais afastado da cama, não me ligavam nenhuma, não me conseguiam ver, porém, eu continuava a tentar falar com eles.
Apesar de estar a usar apenas uma bata de hospital, aquelas tunicazinhas fininhas e de estar descalça, com o meu cabelo ainda solto e o meu colar posto, não sentia frio absolutamente nenhum.
- Isto não pode estar a acontecer, eu estou a sonhar, um daqueles pesadelos mesmo maus, eu estou a sonhar. – Repetia enquanto andava de um lado para o outro.
Belisquei-me.
- Au… - Queixei-me. – Não estou a sonhar. – Havia decepção estampada na minha voz.
Aproximei-me de Jason e tentei tocar-lhe no ombro, porém, a minha mão passou por ele, como se não fosse nada. Ele ainda estava a contemplar o meu corpo, deitado, sem vida, na cama do hospital.
- Posso? – Estava um homem à porta, com uma bata de médico e vários papéis na mão.
- Claro. Alguma novidade doutor? – Perguntou Bryan, levantando-se.
- Infelizmente não. A Melanie continua sem revelar quaisqueres modificações. Nestes últimos cinco dias fizemos todos os testes possíveis e bem, tudo indica que infelizmente, ela não irá acordar.
Coma? Cinco dias? E agora… sou um fantasma.
- Eu não acredito nisso. – Suspirou Jason. – Ela vai acordar, eu sei que vai.
- Doutor, a Melanie é muito forte. Não há, nenhuma chance remota dela acordar? – Perguntou Bryan.
- É como eu disse. Ela não mostra quaisqueres índices de que vai, de facto, despertar. Neste momento as máquinas estão a viver por ela.
- Tenho que sair daqui. – Murmurei. – Achar uma maneira de acordar…
Saí de lá pela porta, apesar de saber que podia ter simplesmente atravessado a parede. Andei durante um tempo nos corredores do hospital, sem que nada me saltasse à vista e depois sentei-me num degrau das escadas que davam para o andar de cima. Passou uma enfermeira que passou exactamente por dentro de mim, e nem ela nem eu sentimos nada.
Apetecia-me chorar, gritar e desatar a chamar nomes às pessoas até que isto seja resolvido, mas ninguém me reconfortaria se chorasse, ninguém me mandaria calar se gritasse e ninguém ficaria ofendido com os nomes que podia ouvir, porque eu era completamente invisível.
Lembro-me de que quando andava na escola e as coisas não corriam como queria, desejava ser invisível para que ninguém, nunca, me pudesse ver, porém, agora estou completamente arrependida.
Percebi que ali sentada naquela escadaria não ia ficar a fazer absolutamente nada. Levantei-me e voltei para o quarto. Vicky, Gabriel e Phil já lá estavam também.
- Achas que ela vai acordar? – Perguntou Vicky, para Bryan.
- Vai. – Respondeu Jason, imóvel.
Ainda não se tinha movido um centímetro desde que saí do quarto. Continuava sentado naquela cadeira, ao lado da cama, inclinado sobre ela e a agarrar-me na mão. Estava com umas olheiras enormes, notava-se perfeitamente que estava preocupadíssimo e que não tinha dormido praticamente nada nos últimos dias.
Bryan também tinha o mesmo aspecto, apesar de não estar tão visível.
Vi uma sombra do lado de fora do quarto e comecei a ficar muito quente, a escaldar.
A máquina a que o meu corpo estava ligado começou a apitar e chegaram segundos depois montes de médicos, que me deram choques com as pás até que a máquina parou de fazer o bip irritante que estava a fazer.
Enquanto os médicos não me puseram normal, senti-me esquisita, como se estivesse em paz, como se estivesse pronta para seguir em frente, fosse isso para onde fosse.
Jason estava em pânico e fazia um esforço enorme para controlar as lágrimas, ele mais que todos os outros. Vicky já se tinha desfeito em lágrimas.
Depois de os médicos saírem e de verificar que o meu corpo estava normal, saí do quarto e comecei à procura da sombra que tinha visto antes de quase bater as botas.
Procurei por bastante tempo, até que notei que estava a ser observada. Virei-me e vi uma mulher lindíssima, muito parecida a Vicky, à excepção que esta tinha mais bochechas e cabelo cor de avelã. Aproximei-me dela e ela seguiu-me com os olhos, dando-me as certezas de que precisava. Passou um homem mesmo por dentro dela. Parecia ser como eu, ou pelo menos, um ser sem corpo físico.
- Quem és tu? – Perguntei.
Ela estendeu-me a mão. Apesar de termos uma distância considerável, conseguia sentir um calor ardente vindo dela. Hesitei antes de pousar a minha mão em cima da dela, mas qualquer coisa me dizia para ir em frente, para pousar a mão, que tudo ia correr bem, tudo ia correr como devia correr. Pousei a mão e ela aproximou-se de mim.
- O meu nome é Alexa. – Pronunciou, muito calmamente.
A sua cara angelical estava completamente relaxada e muito confiante ao mesmo tempo. “Cara angelical… oh não”, pensei.
- Eu não vou a lado nenhum. – Afirmei.
- Tu tens que vir. É pelo melhor.
- Já disse que não vou a lado nenhum. Não me podes obrigar.
- Eu sou um anjo, se te quisesse obrigar, já estavas onde pertences.
- Ainda não chegou a minha hora.
- Eu sei. Infelizmente, as coisas têm que ser assim. Não era suposto, mas aconteceu…
- Eu não posso estar morta. – Agora parecia uma súplica. – Tenho tantas coisas para fazer…
- São ordens superiores. Lamento, mas vais ter que vir comigo.
- E se não for? – A minha voz soou um bocadinho mais desafiante do que pretendia.
- Vens. Porque não os vais querer magoar. – Sabia perfeitamente a quem se dirigia. – Eles ficam melhor se souberem que estás em paz.
- Eles não ficam bem de maneira nenhuma. Não os vou deixar.
- Como é que achas que os fantasmas ficam maus? Não são assim no começo, depois é que, por ficarem neste mundo, um mundo que não lhes pertence, começam a enlouquecer, e depois tornam-se nos espíritos que tu caças. Queres-te tornar num desses espíritos? Obrigar os teus amigos a caçarem-te?
Engoli em seco. Seria aquilo verdade? Será que se ficar neste mundo me vou tornar naqueles espíritos malignos e sangrentos que caço? Será que o Jason e o Bryan me teriam que caçar? Estremeci só de pensar nessa ideia.
- Mas eu não estou morta. Estou em coma, por isso, tecnicamente, não me podes levar.
- Não vais ficar em coma durante muito mais tempo. Levaste uma grande pancada que te afectou o cérebro, se algum dia acordares, nunca mais poderás andar, e possivelmente ficarás impossibilitada nos braços. Talvez até com problemas na fala.
- Quem é que me fez isso?
- Um ladrão.
Soltei um risinho sombrio.
- Então, eu mato demónios, mas um ladrão consegue matar-me? Tenho que dizer que isso é para rir.
- Ou vens comigo, ou enlouqueces aqui.
- Perfeito! – Exclamei. – E eu a pensar que a minha vida era esquisita, agora que estou morta ainda é mais.
- Sarcasmo não funciona bem com anjos.
- Bem, é a única arma que me resta, por isso deixa-me aproveitá-la. – Inspirei e expirei vezes sem conta, até que olhei pela porta do quarto e vi Jason a agarrar-me na mão, cheio de esperança no olhar.
E se eu acordasse e não me conseguisse mexer? E se mudasse, não só fisicamente? E se não fosse a rapariga por quem ele se apaixonou? Por quem todos eles, de uma maneira ou de outra, se apaixonaram. Estaria a desiludi-los, a dar-lhes algo que não merecem. E se não acordasse? Ficariam ali eternamente a segurar-me na mão? Seria o suficiente para os fazer parar de viver? Talvez a anjo esteja certa, talvez seja mesmo melhor para todos que eu siga o meu caminho, apesar de me custar deixá-los para trás, acho que ficamos todos melhor.
Voltei a olhar para a anjo, que me observava cuidadosamente.
- Eu vou contigo. – Concluí, enquanto me caía uma lágrima pelo rosto.
Ela sorriu e estalou os dedos.
Num piscar de olhos estava numa linha de comboio e havia uma luz muito intensa lá ao fundo. Este sítio era-me bastante familiar, tal como aquela luz. Não a queria seguir, apesar de me transmitir paz e serenidade, não queria deixar a destruição, tristeza e dor do outro mundo, porque também iria deixar a felicidade, o amor, a amizade…
Virei-me para trás e notei que estava completamente encurralada, o único caminho que podia seguir era em frente, por isso respirei fundo e dei um passo em frente, depois outro, e outro a seguir, até estar a talvez cinco metros da enorme bola de luz branca.
Ouvi respiração atrás de mim e virei-me, alertada. Senti um calor no corpo e levei a mão ao meu fio do coração. Estava a brilhar, em todas as direcções possíveis e imaginárias. Era Deus. Era como um grande déjà vu, só que agora estava com uma bata do hospital e descalça, e tinha sido morta por um ladrão, enquanto da outra vez tinha sido atingida por Stolas para proteger Jason e estava com algo a que se pode chamar roupa verdadeira.
- Tens que começar a tomar mais cuidado. – Pronunciou, minuciosamente.
Ele era tão formoso, e tão calmo ao mesmo tempo. Não há palavras para descrever a sensação que tinha quando estava ao pé dele.
- Lamento que o tenha desapontado. – Pedi, com os olhos pregados no chão.
Ele aproximou-se e elevou-me a cabeça com as suas mãos, até o olhar nos olhos.
- Nunca fizeste tal coisa. Eu tenho a minha fé completamente posta em ti, toda ela. – Assegurou-me.
- Mas eu morri. Outra vez… eu morri outra vez. – O meu tom era pior que pessimista.
- Não te posso estar sempre a ressuscitar. Tens que ter cuidado, mesmo o que parece inofensivo se pode tornar numa coisa mortal.
- É tão estúpido. Com demónios, eu posso, mas quando é um ladrão, ele deita-me abaixo e mete-me em coma. – Fiz um esforço enorme para conter as lágrimas.
Ele aproximou os seus lábios do meu ouvido.
- Ele não era um ladrão.
- O quê?
- Não és assim tão fraca Melanie. Ele era forte, invisível e forte.
Não sei porquê, mas tive uma necessidade enorme de sorrir, apesar de não ter razões aparentes para tal.
- Então não sou assim tão má…
- Tu és óptima. Agora tenho que ir, graças a ti, até eu vou ter explicações para dar.
- Você é Deus, a quem é que possivelmente tem que dar explicações? E porquê?
- Tenho que dar explicações a quem me segue, e que confia em mim. – Desviou-se de mim. – E por isto.
Estalou os dedos e eu acordei sobressaltada, na minha cama, numa lindíssima e gelada casa de pedra. Tinha um papel na almofada ao lado, o papel que Jason me tinha deixado no dia em que fui golpeada na cabeça.
- Estou no mesmo dia. – Concluí, olhando de seguida para cima. – Obrigado!
Agarrei na minha Desert Eagle e desci as escadas, meticulosamente. Agarrei num balde cheio de cinzas da lareira, que tínhamos estado a usar nos outros dias todos e quando ouvi um barulhinho mandei-o ao ar, espalhando as cinzas todas. Por sorte, algumas delas ficaram a flutuar no ar, mostrando-me exactamente para onde disparar. Dei o tiro e o demónio apareceu na minha frente, caindo em seguida no chão.
- Perfeito, agora vou ter que te tirar daqui… - Sorri. – Não me mataste desta vez.
- Mel! – Gritou Jason, ao entrar pela porta a correr. Agarrou-me contra o seu peito a apertou-me. – Estás bem? Nós ouvimos um tiro.
Apertei-o também a ele. Olhei para Bryan.
- Agora estou.