Uma Rosa Para Todo o Sempre
E o 4º capítulo chegou ^^
Espero que gostem e que comentem muito :p
Capítulo 4
Conversas Importantes
- Derek, o que foi? – Insisti.
- Só… tu.
Senti-me a corar.
- O que é que queres dizer? – Perguntei.
- Não acredito que daqui a tão pouco tempo vais ser minha para toda a eternidade…
Sorri.
- Por momentos assustaste-me – murmurei.
- Agora, eu provei-te que vampiros podiam ser bons, e em breve vou-te mostrar que aquilo dos “felizes para sempre” em que não acreditas, também pode existir – disse-me, largando-me finalmente do seu olhar.
- Estou ansiosa para saber se consegues – disse-lhe – Mas até lá… eu tenho exames.
- Hum… vim aqui para estudarmos, certo?
- Infelizmente sim…
- Podemos estudar amanhã.
- Mas amanhã podíamos ir dar uma volta e…
- Chloe… não te preocupes, tu és uma aluna fantástica, vais-te sair lindamente nos testes.
- Desculpa, tens razão, é só… sinto que há uma pressão a mais nestes exames, como…
- Como se passares… vais ter uma vida completamente nova.
- Não. Quer dizer, sim, mas não é isso.
- Não?
- Eu já me decidi Derek, já te tinha dito.
- E estás pronta?
- Como é que alguém se prepara para isto?
- Com perguntas, respostas… e tu ainda não fizeste nenhuma delas…
- Ok, então vou-me começar a preparar – ele agarrou-me na mão e começou a brincar com os meus dedos enquanto esperava que eu avançasse – Dói muito?
- A transformação?
- A morte.
- Depende de como irias morrer. Nós vamos fazê-lo rápido, para que não dês por nada. Será como adormeceres.
- E o que é que acontece enquanto eu vou estar… a dormir?
- Vais sentir como se te estivessem a torturar, ou talvez tenhas um sonho lindo, varia de pessoa para pessoa… mas a maioria delas sente uma tortura que as faz querer desistir de tudo.
- E se isso acontecer, o que é que faço?
Ele aproximou o seu rosto do meu e pôs-me uma mecha de cabelo para trás das orelhas.
- Olha-me nos olhos – pediu, ao que eu obedeci sem qualquer esforço – A dor vai ser forte, tal como a vontade de desistir. Mas se a pessoa não quiser acordar e não se esforçar, pode ficar assim num indeterminado período de tempo.
- Eu quero acordar mas… e se não souber como?
- Vais-te lembrar de mim. Vais-te lembrar dos teus irmãos, e da Gwen. Os teus amigos. E vais acordar. E então a dor terá ido embora.
- Simplesmente assim?
- Não é simples… requer esforço, e paciência…
- Mas ainda não vou ser forte, quer dizer, então lá, ainda sou humana. E se não conseguir lidar com essas coisas todas?
- Chloe, tu és forte. Vá lá, tu és perfeita – senti-me a corar de novo – O que estás a sentir é normal. Tiveste a oportunidade de escolher, e como tal tens tempo para pensar. Nos prós e nos contras.
- É esse o problema. Eu sei que devia ver contras mas… não vejo. E isso assusta-me um bocadinho.
- Bem, não vais poder estar ao sol.
- Eu já não faço isso.
- E vais ter que beber sangue.
- E isso soa a pouco. Quer dizer, se há dois anos me dissessem que ia ter que beber sangue eu ia ficar super enojada mas agora? Agora eu meio que acho normal…
- Diz-me o que te vai na mente. É para isso que cá estou Chloe, para responder ao que queres saber, e para ajudar…
- Como é que foi para ti?
- Foi… é difícil de explicar. A dor é… muito intensa, é doloroso, parece que a tua cabeça vai explodir a qualquer momento… e depois sente-se um alívio enorme ao acordar, mas depois vem a sede, que queima a garganta e não pára até ser saciada.
- Posso perguntar uma daquelas perguntas mesmo estúpidas?
Ele pôs o braço à minha volta e chegou-me mais para ao pé dele, deu-me um beijo na nuca e pousou o seu queixo na minha cabeça.
- Podes perguntar tudo – senti o seu maxilar a mexer enquanto falava.
- Nunca tiveste aquela… como é que vou dizer isto?
- O quê? Chloe, podes perguntar qualquer coisa, estou aqui para ti.
Eu sabia isso. Só não sabia exactamente como formular a pergunta. Desviei-me dele e cheguei-me para a mesa-de-cabeceira, agarrei no Crepúsculo, que estava lá em cima, e voltei a encostar-me a ele.
- Alguma vez leste este livro? – Perguntei.
- O que é que achas que faço enquanto dormes? – O tom que lhe saiu era de puro gozo, e eu ri-me – Eu conheço a história.
- Ok, há o Edward, que não gosta de ser vampiro, porque sente que é um monstro…
- Sim…
- E eu disse-te isso várias vezes antes de me apaixonar por ti. Que eras um monstro.
- Sim…
- Nunca acreditaste?
- No quê? Que sou um monstro?
- Que vampiros são monstros.
- Chloe sê honesta… do que é que tens medo?
- E se eu… quer dizer… e se eu acordar diferente? E se eu só quiser sangue e não preocupar com mais nada, e se… e se me tornar na Charlotte?
- O quê? – Ele riu-se e depois respirou de alívio e apertou-me mais. Por momentos não quis que me apertasse e me chegasse mais para ele. Era uma pergunta perfeitamente plausível.
- A Charlotte já era assim bem antes da transformação…
- Tudo bem, talvez não tenha sido um bom exemplo mas… tenho medo de que quando me tornar vampira posso não ser eu. E se eu… e se me torno má? Quer dizer, nem todos os vampiros foram maus quanto humanos…
- Chloe – elevou a minha face com um dedo para que lhe olhasse nos olhos e beijou-me levemente –, nunca serias má. Nunca serás. Não é quem tu és. Não o tens em ti.
- Todos têm mal dentro de si Derek.
- Ok, mas tu tens uma percentagem muito maior de bem.
- E se ela acabar por se desvanecer durante as horas de tortura?
- Olha, não precisamos de fazer isto, podemos esperar mais até te sentires preparada, podemos… sei lá, esperar mais dois, três anos… - na voz dele soava compreensão, e preocupação também, juntamente com um desejo ardente de me manter a salvo.
- Não! Eu estou pronta, eu quero tornar-me vampira, tu sabes isso.
- Eu transformo-te quando quiseres, é a única coisa que posso prometer. Eu amo-te e quero ficar contigo, mas tu precisas de ter a certeza Chloe, eu não vou a lado nenhum mesmo que não te transformes. Nunca seria capaz.
- Podemos falar de outra coisa? – Na minha voz quase que se notava súplica.
- Claro. Onde é que escondeste o vestido? – Perguntou de novo, com aquele sorriso gozão e voz de brincadeira que tanto adoro nele.
Dei-lhe um empurrãozinho ao de leve – senão ainda magoava a mão – e ele deixou-se cair de costas na cama.
Deixei-me cair ao seu lado.
♥♥♥
Fui das primeiras a acabar o exame. Já estava. Finalmente o último exame estava feito. Arranjei as folhas e pousei a caneta na mesa. Olhei em volta e vi que apenas mais duas colegas minhas tinham acabado, e uma delas era Verónica, logo não contava.
Assim que tocou o professor começou a recolher os exames e a deixar-nos sair. Quando saí já Derek me esperava, encostado ao seu carro.
- Então, como correu? – Perguntou, depois de me dar um beijo.
- Bem, e a ti, vale a pena perguntar? – Franzi o sobrolho.
- Foi uma tortura. Ter que escrever tão lentamente para não acabar cedo demais… - ele falou como se tivesse sido mesmo uma grande tortura.
- Oh sim, isso é mesmo das piores coisas que pode acontecer.
- O que é que vais fazer à tarde?
- Trabalhar.
- No Coffee 4 Ever?
- Claro, onde mais?
- Eu acho que nós vamos lá ter – referia-se a ele e aos seus irmãos, e a Gwen – para celebrar o facto de os exames terem sido um sucesso.
- Ainda não sabemos a nota – avisei.
- Isso é um pormenor – começou a contornar o carro pela frente e entrou para o lugar do condutor. Eu entrei para o do pendura.
- É o pormenor mais importante de todos – insisti.
- Vá lá, as notas vão ser óptimas.
- Eu sei.
Derek deixou-me em casa, comi duas fatias de pizza e saí para o café, para ir trabalhar. Nem tinha estado com Gwen depois do exame, não sei como lhe correu. Quando tivesse um tempinho tinha que lhe telefonar.
Assim que entrei no Coffee 4 Ever tive logo que ir atender duas mesas, e estive quase quinze minutos de um lado para o outro. Depois encostei-me ao balcão, dei uma última olhadela para ver se estava tudo calmo, e telefonei a Gwen.
- “Olá, tem calma, estamos a caminho” – disse ela, ao atender.
- Ah, ok. Não sabia se vinham já e queria saber como te tinha corrido o exame.
- “Como é que achas que lhe correu o exame?” – A voz era de Gary – “Ela é super inteligente, só podia ter corrido super bem”.
Depois ouviu-se um barulho que parecia um beijo. Estes dois… ainda ouvi o barulho de vento no telemóvel e depois…
- Olá linda – esta voz de veludo só podia ser de uma pessoa.
- A roubar telemóveis? – Perguntei.
- Eles nem notaram – ele riu-se – Olha pela janela.
Obedeci e vi-os aos quatro – os Thompson e Gwen – a virem quase a entrar no café.
Sorri, desliguei o telemóvel e fui-lhes abrir a porta. Quando entraram Derek deu-me um beijo, Gwen e Verónica um abraço, e sentaram-se numa mesa.
- O que queres que te traga Gwen? – Perguntei.
- Agora estou-me a sentir excluída – disse Verónica.
- Oh, desculpe, nós aqui não temos o tipo de alimento próprio para si – disse-lhe, com um gozo genuíno, mas a tentar soar bastante profissional.
- Hum, não sei não – disse ela, com o mesmo tom que eu – Aquele ali ao balcão parece-me apetitoso.
- Portanto vai querer uma tosta mista? – Gozei.
- Exacto.
- Detesto acabar com isto – interrompeu Gwen, enquanto Gary e Derek se divertiam a ouvir – mas estou a ficar com fome. Eu quero a tosta mista – os irmãos Thompson riram-se de novo – Uma real.
- Eu já trago. E para beber?
- Uma Coca-Cola.
- Ok, dois segundos.
Fui tratar do pedido de Gwen e depois levei-o à mesa. Puxei uma cadeira e sentei-me também enquanto o café ainda estava meio vazio.
-Isso é que trabalhar, hã menina Simms – disse Derek, no gozo.
- E é! O meu trabalho e fazer os clientes felizes, tu és um cliente, estou-te a fazer feliz. Estou a fazer o meu trabalho – disse-lhe.
- Muito engraçadinha – chegou a cadeira para ao pé de mim e pôs o seu braço em cima da minha cadeira.
- Deus, nestes momentos odeio ser solteira – murmurou Verónica, ao que nós no rimos.
- Então Chloe, pronta para te juntares a nós? – Perguntou Gary. Era óbvio ao que se referia.
- Hum… acho que sim. Estou um bocado nervosa, mas acho que é normal…
- Não temos maneira de saber, não nos foi dado um aviso prévio – disse Verónica.
- Pois, e quanto a mim? – Perguntou Gwen – Como é que concordam que ela se transforme mas eu não?
- Tu podes esperar – disse Gary.
- Porquê? – Insistiu – É uma decisão minha!
- Gwen, ele vai-te transformar – disse eu –, basta dares-lhe tempo.
- Pois, tipo um século ou dois. Oh, espera! Não vou estar por aqui tanto tempo – disse-me ela, cheia de sarcasmo.
- A sério? Ontem não querias ser transformada, disseste que tinhas medo – disse Verónica.
- E tenho medo. E não quero ser agora, mas quando quiser ser, e quando for para ser, quero poder preparar-me mentalmente.
- Então para o que é que estamos a ter esta conversa? – Perguntei, totalmente à nora.
- Não sei… - suspirou Gwen.
- Já falaste com os teus irmãos? – Perguntou Derek.
- Não, vou falar hoje.
- E se não concordarem?
- Eu amo-te, e ficarei sempre contigo, mas se eles não concordarem… não me posso transformar sem saber que eles estão e acordo.
- Eles já concordaram uma vez – disse Gary – Isso foi o mais difícil.
- Eu sei, é por isso que acho que vai correr tudo bem – respondi.
Saímos do café todos juntos, eles esperaram que o meu turno acabasse, e depois Derek levou-me a casa. Despedimo-nos à porta e ele disse que à noite vinha cá ter.
Fechei a porta e vi Abby sentada no sofá. Fui ter com ela e dei-lhe um beijo na testa.
- O mano está no quarto? – Perguntei.
- Sim – disse-me.
- Ok, fica aqui, preciso de falar com vocês.
Subi as escadas e meti a minha mala no meu quarto, em seguida dirigi-me ao de Dylan. Bati à porta e entrei, ele estava sentado em frente ao computador.
- Podes descer por um bocadinho? Preciso de falar contigo e com a Abby – pedi.
- Claro, vamos.
Levantou-se e descemos os dois para o andar de baixo. Sentámo-nos os dois ao pé de Abby, que desligou a televisão para me prestar atenção.
- Vocês sabem o que planeio fazer quando o ano acabar – comecei.
- Sim – disse Dylan.
- Eu quero saber como é que estão com essa decisão.
- Como assim? – Perguntou a minha irmã.
- Bem, eu não planeio deixar-vos. Nunca. Mas talvez, durante um pequeno período de tempo, eu não possa estar com vocês assim… talvez não seja forte o suficiente para resistir à sede, e assim vou ter que me afastar um pouco – expliquei.
- Isso não vai acontecer – disse Abby.
- Pode acontecer – contrapôs Dylan – Mas nós apoiamos-te. Mereces fazer qualquer coisa para ti.
- Tornar-me vampira não é como comprar uma camisola Dylan – disse-lhe eu – É definitivo.
- Queres tornar-te vampira? – Perguntou-me ele.
- Sim mas… não me torno se vocês não concordarem.
- Então torna-te vampira – disse Abby – Nós não vamos a lado nenhum, e nem tu, a única grande diferença é que nunca mais vamos comer pizza juntos.
- Não exactamente – ri-me – Mas vocês concordam, é isso?
- Tudo o que te fizer feliz maninha – disse Dylan, abraçando-me em seguida. Abby também se ajeitou e juntou-se ao abraço.