O Parque
Olá amigos! Hoje vou postar uma história com a minha Bebé! (Anabela)
É uma one-shot, e esta ideia surgiu numa tarde de nevoeiro enquanto passávamos pelo parque com as nossas amigas e amigo.
Esperemos que gostem ^^
Andreia & Anabela
Parte 1
Numa tarde normal, que passou a ser uma tarde para nunca mais lembrar, a reviravolta das reviravoltas aconteceu.
Cinco amigos seguiam muito felizes e descontraídos para casa, no final de um dia de escola, pelo seu caminho habitual. Riam, sem se aperceber o perigo que estavam prestes a enfrentar. Ana Filipa, Andreia, Anabela, Natacha e Miguel, conversavam descontraidamente para o portão do parque.
O dia estava frio e como consequência o nevoeiro pairava no ar. Natacha, a mais assustadiça, falou:
- Este parque mete-me arrepios, principalmente agora com o nevoeiro.
- Natacha, és uma medricas, já passámos por este parque milhões de vezes – disse Anabela.
Todos se riram excepto Natacha, ela estava com um mau pressentimento sobre este nevoeiro.
Continuaram o seu caminho até que ouvem um barulho vindo de trás. O barulho parecia ser dois pedaços de metal a embaterem um no outro, e era ensurdecedor. Miguel, que também era dos mais medrosos do grupo, começou a instigar que os teriam fechado no parque, fazendo com que Natacha tremesse e se agarrasse à Andreia.
- Não sejas estúpido Miguel! – Gritou-lhe Andreia. – Vamos continuar o caminho normalmente, não sejas criança.
Ana Filipa e Anabela concordaram e os cinco amigos seguiram caminho. Quando chegaram ao portão, viram que este se encontrava fechado, fazendo com que todos empalidecessem. As raparigas viraram-se para Miguel, com aquela cara de “só podes estar a gozar”, e este, que estava tão ou mais aterrorizado que elas, estava com um ar de santinho e de quem não estava a perceber nada.
- Yah Miguel, o que é que aconteceu? – Perguntou Ana Filipa – O que é que fizeste?
- Eu? Nada! – Defendeu-se este – O que é que poderia fazer? Estava ao pé de vocês.
- Oh Miguel! – Gritou a Natacha – Abre lá o portão!
- Mas eu não fiz nada! – Disse ele.
- Natacha, o Miguel não pode ter feito nada, pois ele estava connosco, lembras-te? – Anabela tentava manter a calma, mas lá no fundo também se encontrava com muito medo.
Todos olhavam para o portão de ferro já enferrujado, com medo. Anabela, que era a mais forte e larga do grupo, tentou abrir o portão, mas não o conseguia mexer. Ana Filipa falou.
- Talvez alguém nos consiga ouvir se gritarmos, não devemos de ser os únicos no parque… - todos concordaram com ela e separaram-se. Anabela, Andreia e Natacha, foram por um lado e Miguel e Ana Filipa foram por outro.
Foram sempre junto às grades, para ver se encontravam alguém, mas a rua encontrava-se deserta, parecia que tinha sido planeado. Ana Filipa achou isso muito estranho.
- É muito estranho a rua estar deserta enquanto nós ficámos aqui presos – disse ela – Não achas?
Como não obteve resposta, e ouviu um berro dos que Miguel costumava dar ao ver filmes de terror, virou-se para trás sobressaltada, não vendo ninguém.
As outras três amigas, que se encontravam num outro local do parque, também ouviram o grito de Miguel, e todas correram na direcção de onde tinha vindo.
Apenas viram a mala de Miguel, no chão, e nenhum sinal dele.
- Ahhh! – Gritou Natacha – Oh meu Deus, vamos todos morrer, eu sou demasiado nova, não posso morrer assim aqui, não… - Foi interrompida por uma estalada vinda de Anabela.
- Controla-te – exigiu esta – Não vamos nada morrer, é ele que nos está a pregar uma partida!
A Ana Filipa, a mais observadora no grupo, abaixou-se perante a mala e a sua expressão tornou-se séria.
Anabela olhou em seguida, ficando logo pálida. Na mala encontravam-se pingas de sangue, e quando Andreia agarrou na mala, mais sangue começou a escorrer para o chão, fazendo com que ela exclamasse um grito de horror e largasse a mala instantaneamente.
- Eu concordo com a Natacha, vamos todas morrer – murmurou Andreia, já agarrada à sua melhor amiga, Natacha.
Ana Filipa, que já não estava a achar graça nenhuma à brincadeira de mau gosto do amigo, mandou um berro para que as outras duas se calassem e parassem de dizer que iam morrer.
As amigas estavam todas aterrorizadas, sem excepção… se fosse uma brincadeira, não estavam a achar graça nenhuma, mas se fosse uma realidade, todas elas temiam pela sua vida e pela das amigas. Juntas, decidiram que não se iriam separar mais, que iriam procurar Miguel e sairiam do parque.
Lentamente, e todas agarradas umas às outras, seguiram caminho.
Tinham-se passado dez minutos, e nada de Miguel. Já todas, até as menos crentes, temiam que o pior tivesse acontecido ao amigo.
- Eu quero sair daqui – choramingou a Natacha.
- Esperem lá! – Disse Ana Filipa, com um sorriso esperançoso – Nós temos telemóveis!
Só se lembrara agora, pois o pânico dominara a sua mente e não tinha pensado em mais nada além de sobreviver.
As raparigas, em poucos segundos, agarraram nos seus telemóveis, mas com o sorriso a desvanecer do seu rosto, disseram:
- Não temos rede.
A desilusão voltou a habitar os seus rostos, e mais uma vez o barulho do metal a roçar, fez-se ouvir, causando-lhes arrepios sem fim.
- O que foi isto? – Sussurrou Andreia, ainda sem largar Natacha.
- Não sei – respondeu Anabela –, mas acho melhor não nos separarmos e ficarmos juntas à grade, pode ser que passe alguém na rua.
Começaram a andar, mas Anabela sentiu que algo estava errado. Olhou em volta e não encontrou Ana Filipa.
- Onde está a Pipa? – Perguntou ela, para as restantes membros do grupo.
Andreia e Natacha olharam em volta e não conseguiram evitar que o pior pensamento lhes passasse pela mente.
Voltaram para trás e quando iam a fazer uma curva por arbustos, Andreia tropeça em algo e cai, levando Natacha consigo. Gritam.
- Ahhh!
Anabela olha para trás, e em choque grita também.
Ana Filipa encontrava-se morta, degolada, com uma pequena poça vermelha à sua volta.
Andreia e Natacha, ambas a tremer, levantaram-se em choque, cobertas com o sangue da amiga, e lágrimas começaram a escorrer pelo rosto de todas as amigas. A pergunta que pairava no ar era: quem poderia andar a fazer estas coisas?
Num momento de fraqueza, Natacha desmaiou.
***
- Acorda! – Gritou Anabela, ao dar uma chapada na cara de Natacha, acordando-a.
Esta abriu os olhos e gritou, mas com outra chapada vinda de Andreia, calou-se.
- Cala-te! – Disse-lhe Andreia – Ainda atrais o maluco, oh!
- A Andreia tem razão, temos que nos manter unidas, calmas e em silêncio – disse Anabela.
Ouvem um apito. Andreia sentiu o seu telemóvel vibrar ao mesmo tempo e levou a mão depressa ao bolso das calças, esperançosa que já apanhasse rede. Era o seu pai a telefonar.
- Andreia, onde estás? – Perguntou ele, quando esta atendeu – Já se passaram quase duas horas, passa-se alguma coisa?
- Pai! – Disse esta – Pai, ajuda-me, estamos… - a ligação começou a falhar, e a chamada caiu em seguida.
Andreia olhou para as caras das amigas, e viu decepção. Tal como devia estar na sua própria cara.
- A ligação falhou – murmurou, apesar de saber que as amigas tinham percebido.
Nesse momento, Natacha começou a chorar compulsivamente.
- Controla-te! – Gritou-lhe Anabela, já sem paciência.
Natacha soluçou umas poucas vezes, e limpou de novo as lágrimas.
- O que é que vamos fazer? – Perguntou Anabela – E se me disserem que vamos morrer dou-vos um murro a cada uma!
- Não sei… - disse Andreia, também com vontade de chorar – A Pipa morreu… o Miguel desapareceu, se não mesmo morto, e a seguir… - começou a soluçar – a seguir…
- A seguir nós vamos sair daqui, vamos chamar as autoridades e vamos para casa, e a conversa acaba aqui – disse Anabela.
Apesar de Anabela parecer controlada, toda ela tremia por dentro, e sabia perfeitamente que se sentia como as duas amigas, porém tentava controlar-se para bem delas.
Um barulho de um ramo a partir-se ecoou pelo parque, deixando as três amigas logo em alerta. Olharam, ao mesmo tempo, em direcção de onde ele tinha vindo. Seria o assassino?, perguntaram-se todas, apenas para si.
Anabela suspirou várias vezes e falou: - Eu vou ver o que era. Não saiam daqui e se acontecer alguma coisa, quero que se escondam e tentem telefonar para a policia. Fiquem escondidas! Não saiam de lá por razão nenhuma! Nem que seja para ir à casa de banho!
O único som que ouviam agora eram das suas respirações e corações acelerados e os pavões que se encontravam na gaiola. As amigas viram Anabela a afastar-se e ficavam cada vez mais assustadas. Anabela andava vagarosamente e antes de ser ocultada pelas árvores, deu um último olhar às amigas e passou pelo corpo da Ana Filipa.
Andreia e Natacha ficaram à espera silenciosamente. Nenhuma delas se atrevia a fazer um único som. Até a respirarem faziam o mínimo de barulho. Ouviram outro ramo a partir e o seu coração estava a aceleradíssimo. Natacha pensou que se não fosse assassinada, morria de ataque cardíaco. Ouviram algo. Parecia quando se puxava alguma coisa com uma corda.
- Será que devemos ir ver o que é? – Perguntou Natacha.
- A Anabela disse para nos irmos esconder, quando ela desaparecesse, mas mesmo assim ainda estamos aqui feitas parvas a olhar para onde ela foi… - olharam uma para outra e em uníssono disseram: - Anabela!
- Anabela, descobriste alguma coisa? – Perguntou Andreia. As duas amigas não obtiveram resposta.
Andaram em direcção de onde Anabela tinha desaparecido e passaram pelo corpo de Ana Filipa. Natacha fez muito esforço para não se vomitar, por ver o corpo e por sentir o sangue da amiga assassinada na sua roupa. Andaram durante uns minutos, quando Andreia teve de afastar alguns ramos das árvores e sentiu algo mais do que ramos. Eram as pernas da Anabela. Ambas as amigas gritaram e choraram…
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