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Destino Amaldiçoado

por Andrusca ღ, em 12.02.11

Como tinha dito, e como consegui os comentários, cá está o capítulo ^^

Hope u like it

 

Capítulo 4

O Jantar

 

Claire juntou-se a nós, conversámos e rimo-nos durante um bocado, até que Sue nos chamou para o jantar.

Sue e Sheilla tinham-se esmerado. No centro da mesa estava uma grande travessa com Entrecosto Assado à Americana. Até fazia pena começar a comer porque a travessa estava digna de uma revista de culinária, e para acompanhar havia vinho. Sentei-me ao lado de Josh, tendo à frente Luc, que se sentara no meio de Sue e Chad.

- Lembrei-me agora Jô, tu não chegaste a destruir o demónio do centro comercial pois não? – Perguntou Sue, parecendo um pouco preocupada.

- Não, eu depois trato disso, não te preocupes. – Disse, acalmando-a. – Esse vai ser o problema de amanhã.

- Houve um demónio? – Perguntou Rick.

Apesar de não possuir poderes, este assunto interessava-lhe imenso.

- Sim houve. – Apressei-me a responder. – Mas não se preocupem, eu trato dele.

Os meus olhos e os de Luc estavam-se a cruzar vezes sem conta durante aquele jantar. Ambos concordámos em não contar que nos tínhamos conhecido antes.

- Sabem, – Disse Sue – ela também conheceu um rapaz.

Tossi, atrapalhada. Luc também não ficou muito bem.

- A sério? Isso é óptimo Jô. – Disse Claire entusiasmada. – Quem é ele?

- Pois, óptimo... mas não acho que vá dar em alguma coisa.

- Mas tu parecias gostar tanto dele. – Retorquiu Sue.

- Pois, e ele era simpático, mas agora que penso bem, não estou à procura de rapazes nenhuns. Já me chegam os problemas que tenho. – Disse, a olhar para a comida.

Luc notou o meu desconforto.

- Bem mãe, a comida está óptima. – Elogiou, mudando o rumo da conversa. – Foste tu que fizeste?

- Sim querido, com uma grande ajuda da tia Sue.

- Sim, realmente está muito bom. – Elogiou Chad.

Depois disso o jantar passou rápido. Ajudei as irmãs a levantar a mesa enquanto os rapazes falavam.

Tocaram à campainha.

- Eu vou. – Disse Claire.

Voltou com enorme ramo de rosas na mão. Só estávamos nós na cozinha. Sue juntara-se aos rapazes e Sheilla tinha subido com os pequenos para os despachar e os levar ao seu pai, Liam, para ficar com eles durante a noite.

- É para ti – Disse-me Claire, dando-me o enorme ramo de rosas para as mãos. Sorriu-me e foi ter com o resto da família.

- Se precisares de alguma coisa chama. – Disse-me, antes de sair.

Fiquei sozinha na cozinha. No meio daquelas rosas todas estava um cartão.

Li o cartão:

 

«Tenho saudades, os tempos que passei contigo foram os melhores da minha vida. Por favor perdoa-me e volta para mim.

Amo-te, Victor.»

 

«Alguns tipos simplesmente não conseguem aceitar um não», pensei. Apesar de termos terminado, de alguma maneira as coisas continuavam na mesma, ele continuava a não me ouvir nem a ligar ao que eu quero.

Luc entrou na cozinha nesse momento.

- Está tudo bem? Pareces um pouco transtornada.

Claro que estava transtornada, estava-me a apaixonar por quem não devia e tinha um ex-namorado que não me largava.

- Não te preocupes, está tudo bem, não é nada com que não possa lidar.

Mandei as rosas para o lixo mas Luc pareceu surpreso por esse meu acto.

- Vamos para a sala? – Perguntei.

- Claro. – Pôs aquele sorriso que eu adorava. Apesar de não o conhecer há muito tempo, sentia que ali havia qualquer coisa de especial.

Sentámo-nos nas cadeiras pois o sofá estava ocupado.

- Eram dele? – Perguntou Claire, referindo-se às rosas.

- Sim.

- Louis. – Gritou Sheilla desde as escadas.

Ele foi ter com ela e segundos depois chegaram os dois com os pequenos.

- Nós vamos levá-los ao meu pai. – Disse Sheilla. – Encontramo-nos no High Spot?

- Eu não vou. – Apressei-me a dizer.

- Oh, vá lá, estamos a festejar a chegada dos meus sobrinhos. Please... – Implorou Sue, fazendo aquela carinha a que é impossível recusar coisas.

- Não sei... – Não queria ir, sabia que Victor estaria lá, como sempre está, à minha espera.

- Tu não vais pôr a tua vida em staind-by por causa de um homem como ele pois não? É que não vale a pena, certo? – Perguntou-me, fazendo uma voz de reprovação.

- Não. – Acabei por responder. – Vou só a casa mudar de roupa e vou ter vocês.

- Mas vais mesmo. – Disse-me.

- Nós podemos ir com ela. – Ofereceu-se Chad, apontando para ele e para o irmão. – Assim asseguramo-nos que ela vai. – Tinha um sorriso trocista. Tem o ar de ser uma daquelas pessoas que estão sempre na brincadeira.

- Ok, vamos então. – O melhor mesmo é render-me, esta é uma luta que jamais irei ganhar.

Mostrei a minha casa a Chad e Luc, apesar do último já ter estado à porta. Acharam-na maravilhosa.

Fechei-me no quarto e procurei no roupeiro um vestido giro para usar. Encontrei um roxo, cai-cai, um pouco rodado da cintura até quase aos joelhos, onde acabava. Calcei umas sandálias, de salto alto, roxas escuras. Prendi o cabelo e retoquei a sombra dos olhos e o batom.

Quando saí do quarto eles ficaram os dois a olhar para mim, especados, como se tivessem visto a luz ao fundo do túnel, num sentido bom.

Fomos a pé até ao clube.

O resto do pessoal estava todo na mesa do costume e fomos ter com eles. Tinham pedido uma cerveja para Chad e Luc, mas como não sabiam o que ia beber, não pediram nada.

Fui pedir uma bebida. O bartender, Peter, era muito simpático, alto, muito atlético e com uns olhos pretos reluzentes.

Sentei-me ao balcão.

- Boa noite Jô, que vais querer esta noite? – Perguntou-me a sorrir, como sempre.

- Um martini, se faz favor.

Olhei para o lado. Infelizmente, quem queria evitar estava a dirigir-se mesmo para mim.

- Faz antes dois Peter, se faz favor.

- Ok, sempre às ordens.

- Olhem que ela é! – Disse-me Victor, rindo. – Finalmente saíste do esconderijo. Recebeste as minhas flores?

- Victor, recebi, e se era só isso já podes ir.

- Vá lá, não me vais fazer isto pois não Jôzinha...

- Para ti é Joanna. – Respondi, forçando um sorriso.

Ele não achou muita piada mas recompôs-se.

- Eu amo-te, não percebes isso? Só te quero a ti, sempre. – Disse.

- Pois... devias mesmo estar a pensar em mim quando te apanhei com aquelas três loiras, ou eram duas loiras e uma ruiva? – O meu tom de voz estava amargo, já estava farta da conversa dele.

- Aqui tens os martinis Jô. – Disse-me Peter.

Agarrei nos martinis e levantei-me. Virei-me para Victor.

- Eu não quero nada contigo, vê se percebes. Já agora, já provaste algum destes? Eles fazem-nos de maneira diferente.

Num movimento rápido, entornei-lhe um dos martinis pela cabeça. Ele ficou sem reacção.

- Ele paga. – Disse para Peter num tom de gozo quando pousei o copo vazio no balcão.

- Muito bem. – Respondeu ele entre risos.

Voltei à mesa. Eles tinham estado a observar cada movimento que fiz desde que Victor se chegou ao pé de mim. Sei perfeitamente que Sue, Sheilla e Claire pensaram que eu ia ceder, mas também sei que desejavam que isso não acontecesse.

- Bem feito. – Disse Sue enquanto se ria.

- Não poderia ter feito melhor! – Apoiou Sheilla.

- Ex-namorado chato? – Perguntou Chad.

- Ex-namorado perseguidor. – Respondi, revirando os olhos.

Era noite de karaoke.

- Porque não vais cantar? – Perguntou Josh.

A verdade é que já não cantava no High Spot há um tempo. Desde que começara a namorar com Victor que me desviei um bocado da minha vida. Para dizer a verdade, tinha saudades.

- Sim, vai lá, quero que os meus filhos te conheçam bem. – Disse Sheilla apontando para Chad e Luc.

- Porque não? – Respondi sorrindo.

Inscrevi-me e não passou muito tempo até me chamarem. Enquanto estou no palco sinto-me livre, sinto-me... normal, humana, feliz.

Passámos a noite a dançar e a divertirmo-nos. No fim só sobrámos eu, Chad e Luc. Estes dois teletransportaram-me para casa. Ficámos na conversa e acabámos por adormecer todos no sofá.

Quando acordei Luc já não estava lá mas Chad estava ferrado no sono.

Passou-se uma semana. Luc andava estranho, distante, não parecia o rapaz simpático e divertido que conhecera no centro comercial. Se calhar não era mesmo, se calhar isso era só uma máscara e este era o verdadeiro ele. Não! Não pode ser, recuso-me a acreditar nisso.

Chad andava sempre sorridente e brincalhão, e apesar de não o conhecer há muito tempo já deu para perceber que era sempre assim.

Era segunda-feira, decidi ir correr um pouco. Ao meio-dia tinha treino com Louis. Claire ajudara-me imenso nas artes marciais mas era Louis que treinava comigo todas as semanas.

Após correr fui ter à casa deles e treinei, à tarde fui a um ninho de demónios-serpente. Eram nojentos. Pareciam serpentes, mas tinham asas e em vez de terem a pele como elas, tinham pêlos, como cães, de várias tonalidades. Não eram muito fortes, mas eram bastante matreiros. Chad e Luc foram comigo. Luc raramente olhou para mim, quando falava comigo fazia-o de forma fria e distante, como se não me conhecesse e não quisesse conhecer.

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