Together as One
Capítulo 10
Encontro Obrigatório * Parte 1
Ellie
O primeiro período já estava a meio, e agora sim posso dizer o quanto amo estar nesta escola.
Alyssa e o resto do grupo são demais, ela é a minha melhor amiga aqui da escola, e o resto do pessoal também está bastante alto na minha consideração.
Com Danny raramente falava, tirando o ocasional “olá” quando ele estava lá em casa com Michael.
Os meus pais nunca descobriram sobre a festa, mas sempre que um assunto desse género se aproxima as minhas pernas começam a tremer. Detesto mentir, não sou nada boa nisso.
Estávamos a ter aula juntamente com a turma de Danny, todos no pavilhão, porque estava a chover. Detestava isto, era uma confusão dos diabos. E além disso tinha que o ter à frente. Ainda não tinha acreditado como é que o tinha beijado.
- Cuidado! – Ouvi, mesmo a tempo de dar com a mão na bola de basquetebol, que vinha direita a mim, e mandando-a directamente para a cabeça de Danny, a uns poucos metros à frente.
- Raios! – Exclamei, quando o vi levar com a bola. “Isso deve ter doído…”, pensei. Mas o pior era agora. Agora quem tinha que ir pedir desculpas era eu.
Respirei fundo e aproximei-me lentamente, sabia que no minuto em que lhe chegasse ele ia mandar uma daquelas boquinhas sem graça.
- Estás bem? – Perguntei, ao chegar ao pé dele. Ele tinha a mão na cabeça, e sorriu ao ver-me.
- Então foste tu… - disse, baixinho, levantando depois um pouco o tom – Sim, estou bem…
Danny
- Estás bem? – Ouvi. Eu conhecia esta voz… olhei para ela e sorri.
- Então foste tu… - disse, baixinho, levantando depois um pouco o tom – Sim, estou bem…
- Óptimo – ela agarrou na bola e era para se ir embora, mas eu agarrei-lhe no pulso e em vez de dizer qualquer coisa ficámos os dois a olhar um para o outro. “Ela fica tão sexy nestes calções…”, pensei, repreendendo-me logo. Se ela é irmã do gajo que considero meu irmão, não faz dela minha irmã também?! Um tipo não pode ter pensamentos destes com uma irmã!
- Queres mais alguma coisa? – Perguntou, ao fim de poucos segundos.
- Sim eu… estás livre logo à tarde? – Não pensei, apenas perguntei. A verdade é que desde que me beijou, na festa no principio do período que mais nenhum beijo de nenhuma rapariga me faz feliz. E já tentei. Já tentei muito. Tenho que a beijar de novo… tenho que sentir aquilo de novo, seja lá o que for.
- Porquê? – Era óbvio que ela não ia aceitar sair comigo, nunca aceitaria…
- Sabes que mais? – Virei-me totalmente para ela – Se não saíres comigo eu digo à ‘stora que me mandaste a bola de propósito.
- O quê?! Ok, acho que isso afectou os neurónios aí dentro… - Ela ia andar de novo mas voltei a puxá-la.
- Só te quero conhecer. O Michael fala-me de uma rapariga fixe no entanto tudo o que conheço de ti é azedo.
- Eu sou azeda? Estás mesmo a ir pelo caminho certo… - Ok, admito, foi de longe a coisa mais parva que alguma vez disse a alguém.
- Apenas pensa: o que é que o director vai pensar quando te acusar? O que é que os teus pais vão pensar? É que eles já notaram que tu não morres propriamente de amores por mim… - jogada baixa, eu sei, mas quando tem que ser tem que ser.
Ela pressionou os lábios um contra o outro e deu-me aquele olhar de “quem me dera que estivesses morto”.
- Eu odeio-te – declarou – Vai-me buscar às três e meia.
Assenti com a cabeça sem deixar transparecer o sorriso que me preenchia por dentro. Deixei-a finalmente desviar-se e ouvia os passos a afastarem-se cada vez mais.
- Ei Danny! – Gritou, quando me virei levei com a bola de basquetebol directamente no peito, e vi-a a sorrir. Que vingativa! – Não te atrases.
Dei-lhe um sorriso cínico e passei-lhe de novo a bola.
Mas o que é que eu tinha acabado de fazer?! Porque raios é que a tinha convidado para sair? Eu nem sequer gostava dela, ela é mimada, e tem a mania e… beija bem. Mas tirando esse pequeno pormenor não tem nada de bom.
- Meu, vais jogar ou não?! – Perguntou Jaden, o meu par no badmington.
- Tem lá calma meu! – Reclamei, antes de recomeçar o nosso jogo.
Ellie
“Ai que raiva, eu odeio-o tanto! E agora tenho que o aturar na minha tarde livre! Que má sorte! O que é que irei vestir?”, pensei, arrependendo-me mal o fiz “Credo Ellie, como se isso importasse, só vais porque és obrigada”.
Quando a aula acabou fui directa para casa, tinha sido a minha última aula.
Como sempre, a minha mãe não estava a fazer nada, enquanto Jules metia a mesa.
- Vou só tomar um banho rápido – disse, a Jules, enquanto ia em direcção às escadas.
- Não se demore menina, que o comer está feito.
Tomei o que deve ter sido o duche mais rápido da minha vida e apenas vesti um fato de treino, ficando na mesma com a toalha que me enrolava o cabelo.
Almocei com a minha mãe e em seguida subi para o quarto, tinha-lhe dito que ia fazer um trabalho de grupo à escola, se ela soubesse que ia ter um encontro matava-me. Mas calma… o que vou ter não é um encontro, pois não? Não, óbvio que não, Danny nunca me convidaria num, e se o fosse eu nunca o aceitaria.
Abri o meu roupeiro e fiquei a olhar para a roupa que lá tinha. Michael tinha razão, eu precisava de um guarda-roupa novo, as roupas que tinha eram todas demasiado betinhas.
Optei por umas calças pretas, justas, e uma blusa de manga comprida, lilás, que me caía até um pouco abaixo da cintura. Pus espuma no meu cabelo de modo a dar-lhe certos jeitos e apenas passei com o lápis preto nos olhos, e pus umas quantas pulseiras prateadas. Calcei uns All-Star pretos.
Meti o telemóvel no bolso do casaco cinzento que ia levar, juntamente com as chaves de casa e o dinheiro, e agarrei nele pronta a descer as escadas. Mas ainda voltei atrás para me ver uma última vez no espelho. Estaria bem?
Desci as escadas, gritei à minha mãe que ia sair e saí, dirigindo-me ao inicio da rua. A minha mãe não me podia, de maneira nenhuma, ver com esta roupa. Para ela quem se pinta na sua ideia é uma vagabunda.
Não tive que esperar mais de dois minutos até avistar uma mota preta aproximar-se, e parar mesmo em frente a mim.
O rapaz tirou o capacete e vi que era Danny, que me sorria.
- Sobe – disse, dando-me outro capacete. Engoli em seco, nunca tinha andado numa mota, e tinha um certo… receio? Sim, era um certo receio.
- Eu…
- Sim, já calculava – disse ele, revirando os olhos – Vocês raparigas ricas… basta sentares-te e agarrares-te a mim, ok?
- Ah… então isto era tudo um plano para me teres agarrada a ti – murmurei, alçando a perna e subindo para a mota. Pus o capacete e agarrei-me a ele pela cintura.
- Agarra-te bem – pediu.
Assim o fiz, apertei-o ainda mais. Ele vestia uma blusa fina, que deixava sentir perfeitamente os seus abdominais.
Esta ia ser uma longa tarde…
Tal como prometido, lá mais para a noite posto a segunda parte ^^