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Love Between Changes

por Andrusca ღ, em 11.04.11

Capítulo 6

Jantar em Família

 

“Estúpido, idiota, atrasado mental…”, ia pensando, enquanto caminhava furiosamente pelos corredores da escola. Mas quem é que aquele Logan julga que é? É que se pensa que vou ficar toda deprimida por sua causa bem pode esperar sentado. Ou melhor, vá ter com a falsa da Amelia que faz melhor figura!

Ao fazer uma curva fui de encontra a uma rapariga, e sorri maldosamente ao ver quem era. Kelly Fitzburg.

- Vê se olhas por onde andas – disse-lhe, arrogante, enquanto esperava que se mexesse para eu passar, mas ela nada fez – Não te vais desviar?

Ela quase que ficou roxa e engasgou-se.

- Si… sim – disse, gaguejando.

- Nunca gaguejes… não é sexy. – atirei, antes de continuar o meu caminho.

Ai… a pobre coitada da Kelly era tão coitadinha… ao menos animava-me os dias gozar com ela, se não fosse isso acho que começava a desesperar.

- Ei fera! – Ouvi, vindo de trás de mim. Abri um sorriso enorme ao ouvir a sua voz e voltei-me ainda com ele. Kevin, o meu melhor amigo, vinha a dirigir-se a mim. Caminhei até ele também e este abriu os braços, envolvendo-me num apertado abraço, e dando-me um beijo no pescoço para o finalizar. Apertou-me de uma maneira exagerada que me deixava sem ar. Conseguia sentir os seus músculos em contacto com a minha pele, e o cheiro do seu perfume era, numa palavra, perfeito. Como senti a falta dele…

- Oi – disse-lhe, quando me largou – Senti a tua falta – dei-lhe uma pequena pancadinha no ombro.

- Bolas, não parece, saíste toda acelerada na aula e agora encontro-te assim toda furiosa… queres falar?

Sorri de novo. Conheci Kevin quando ainda tinha catorze anos, pouco depois de conhecer Logan. Ele era novo na escola, e o seu cabelo castanho avelã e os olhos negros brilhantes atraíram-me logo. Nunca houve nada entre nós além de uma grande amizade, o que é um pouco estranho visto que oportunidades não lhe dei… mas depois também comecei a namorar com o Collin e bem, coisas do passado. O importante é que sei que Kevin é aquela pessoa à qual posso contar tudo. Eu adoro-o e ele adora-me a mim.

- Não – respondi, por fim –, não te vou aborrecer com estas tretas.

Ele sorriu-me e puxou-me pela mão até às mesas ao pé do bar, onde nos sentámos.

- Tens a certeza? – Perguntou – Sabes que podes confiar em mim Daph…

- Eu sei…

Só não sabia era exactamente o que lhe dizer. Eu nem sabia o que estava a sentir, quanto mais falar sobre isso.

Às vezes não sei como um rapaz como o Kevin tem paciência para aturar o Collin ou os outros paspalhos, mas a verdade é que tem, e muita. Acho que por isso é que dos rapazes do nosso grupo, e além de Collin, ele é o mais popular.

Falámos durante mais um pouco, o tempo quando estava com ele passava demasiado depressa.

Quando a última aula acabou, fui ter com Jenny à porta principal e dirigimo-nos para o meu descapotável.

- Porque é que estão todos a olhar? – Perguntou ela.

Olhei em volta e encolhi os ombros.

- Porque estás comigo – limitei-me a responder. Por onde eu passava, o resto do mundo parava. E isso transmitia-me uma sensação boa.

Comecei a conduzir em direcção ao Centro Comercial, e começámos a atacar as lojas. Tudo o que Jenny escolhia era errado… credo, isto ia-me dar mais trabalho do que aquele que previ.

Estive quase meia hora a convencê-la a comprar três tops ao meu gosto, e mais tempo ainda para as outras coisas.

Depois levei-a a um cabeleireiro que não era muito caro, mas o meu preferido. Pedi para lhe darem o tratamento completo, ela precisava mesmo. Hidrataram-lhe o cabelo, cortaram, escadearam… em poucas palavras: ficou perfeito.

Quando acabei de lhe renovar o visual, ela já não era a Jenny Ferrel da santa terrinha, ela era a Jenny Ferrel pronta para arrasar a qualquer sítio que fosse.

Sorri, estava orgulhosa do meu trabalho.

Conduzi até à sua casa seguindo as suas direcções e ajudei-a a levar os sacos cheios de roupa – que não eram nada poucos.

Entrámos e imediatamente se ouviu a voz da sua mãe.

- Querida, és tu? – Perguntava a Sra. Ferrel.

- Sim mãe. E trago uma visita!

- Uma visita? Quem será? – Claramente que esta parte a Sra. Ferrel não queria que nós ouvíssemos.

Ficámos no hall de entrada à espera que cá chegasse, e quando o fez mostrou-nos um sorriso de orelha a orelha.

- Daphne! – Exclamou, ao dar-me um abraço – Que bom ver-te querida! Não sabia que moravas para estes lados…

- E eu não sabia que se tinham mudado – disse eu – Também é bom voltar a vê-la.

- E o que têm aí? – Perguntou ela.

- A Daphne ajudou-me a renovar o guarda-roupa – disse Jenny.

- E o cabelo também, estou a ver – disse-lhe a Sra. Ferrel, mexendo-lhe no cabelo. – Daphne, querida, tens que ficar para jantar, já estou mesmo a acabá-lo.

- Não é preciso Sra. Ferrel...

- Ah, disparates! Ficas sim senhora. E é Dianne, querida.

- Está bem… Dianne.

- Não te esqueças de avisar os teus pais. – Pois, os meus pais… esses nem se eu morresse davam conta, quanto mais passar um jantar fora de casa. Eles também não vão lá estar, por isso para quê dar-me ao trabalho? – Vão lá, eu já vos chamo.

E assim fizemos. Segui Jenny pelas escadas acima, que iam dar a um estreito corredor, e entrámos para o quarto que supus ser dela.

Ela pousou os sacos e cima da cama e eu imitei-lhe o gesto.

Observei o quarto; não era feito. Não era propriamente uma capa de revista como o meu mas… não estava mau.

- Então, o que queres fazer? – Perguntou-me.

- Não sei… - olhei para o relógio, eram quase oito e um quarto, o jantar já devia mesmo estar quase a acabar de ser feito –, não vais ajudar a tua mãe a pôr a mesa?

- Vou. Vens?

- Claro.

Ela sorriu, não percebi bem o porquê.

- Porque é que te estás a rir? – Perguntei.

- Só… tu mudas – e encolheu os ombros – És uma pessoa na escola, com os teus amigos, e outra fora dela, comigo. Porquê?

- Sou como um camaleão… adapto-me – foi uma resposta horrível, mas foi a melhor que consegui arranjar.  

Ajudámos a Dianne a pôr a mesa e sentámo-nos as duas. Ouvimos a porta da rua abrir e de lá entrou o Sr. Ferrel, Howard.

- Boa noite, querido – a Sra. Ferrel cumprimentou o marido com um beijo e em seguida gritou: - Logan vem jantar!

- Estou a ir! – Ouviu-se.

Arrepiei-me. Como é que ainda não tinha pensado que ia ter que comer na mesma mesa que ele?! Bem, posso encarar como uma preparação, afinal, vou ter que estar com ele quase sempre por causa do nosso grupo.

Assim que entrou na sala de jantar o seu olhar juntou-se ao meu e mordeu o lábio. “Azar Logan, também não estou confortável nesta situação”, pensei.

Ele sentou-se e começámos a comer. Os cozinhados da Dianne eram simplesmente fabulosos.

- Olha filho, sabias que a Daphne era de cá? – Perguntou-lhe o pai.

- Não – respondeu Logan.

- Mas já se tinham visto hoje, certo? – Perguntou Dianne – Na escola?

- Sim, já – respondi eu, forçando um sorriso.

- Então e hoje sempre vais sair à noite? – Howard não parecia muito feliz ao perguntar isto ao filho.

- Ainda não sei – respondeu-lhe.

- Onde é que ias? – Perguntou Jenny.

- A um bar.

Olharam todos para ele menos eu, que continuei a comer, mas ele não ia adiantar mais nada, e eles não pareciam confortáveis para perguntar. Talvez não se quisessem meter demais na vida dele…

- Todos os anos no primeiro dia do ano lectivo o pessoal junta-se num bar aqui perto – expliquei – Bebemos uns copos, damos dois passos de dança, e depois voltamos.

- Muito bem – disse Howard.

- O pessoal convidou-te? – Perguntei, a Logan, numa tentativa de aliviar o ambiente.

- A Amy – respondeu ele, mandando-me um olhar desafiante. Estúpido.

- Devias ir – disse, encolhendo os ombros, a tentar (sem sucesso) fazer uma voz simpática.

- Tu vais? – Perguntou, também azedo.

- Não perderia por nada – rematei.

- Óptimo, até te posso dar boleia.

Sorri.

- Não obrigado, mas tenho a certeza que a Amy não se importaria.

- Meninos, vocês estão estranhos – disse a Sra. Ferrel – Está tudo bem?

- Está – dissemos-lhe os dois ao mesmo tempo. Ela não ficou convencida; não a culpo.

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